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Ministério reajusta a tabela do SUS
Mas ministro diz que investimentos dependem de prorrogação da CPMF
O aumento dos limites de gastos para os Estados custearem procedimentos de média e alta complexidade será diferenciado
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O ministro da Saúde, José
Gomes Temporão, anunciou
ontem, em Fortaleza, reajuste
de cerca de mil procedimentos
da tabela do SUS (Sistema Único de Saúde) e aumento do teto
financeiro (limite de gastos).
A alta dos limites de gastos
para os Estados custearem procedimentos de média e alta
complexidade (como cirurgias
e atendimentos especializados)
será diferenciado. Estados do
Norte e do Nordeste, que hoje
recebem menos, terão reajuste
proporcionalmente maior.
Os Estados têm tetos per capita (valores máximos repassados pela União por habitante)
diferentes. Enquanto o Ceará
tem teto de R$ 81,72, por exemplo, esse valor chega a R$ 126
em Mato Grosso do Sul.
Por causa dessa diferença,
Mato Grosso do Sul terá o menor reajuste: 13%. O maior aumento será de 40% -o ministério não informou ontem para
qual Estado. De acordo com o
ministro, o impacto da medida
será de R$ 4,1 bilhões no orçamento da pasta em 2008.
Os reajustes da tabela do
SUS, que acumulou defasagem
de 110% de 1994 a 2002, conforme o ministério, representam acréscimo de R$ 1,2 bilhão
em investimentos no setor. Serão retroativos, passando a valer a partir de 1º de setembro.
Entre os procedimentos reajustados estão diárias de UTI,
de R$ 213 para pelo menos
R$ 341 (alta de 60%), o parto
normal, de R$ 317 para R$ 403
(27%), e as consultas médicas,
de R$ 7,55 para R$ 10 (32,45%).
CPMF
Temporão disse que todos os
investimentos do ministério
poderão ser inviabilizados se
não houver a prorrogação da
CPMF (tributo do cheque).
Segundo ele, o ministério fica
com R$ 16 bilhões da CPMF,
mas gasta R$ 18,3 bilhões apenas com procedimentos de média e alta complexidade. "Sem a
CPMF, acabam as internações,
os tratamentos de doentes renais crônicos, tudo", afirmou.
O projeto do governo federal,
aprovado em primeira votação
na Câmara, prorroga a cobrança da CPMF com a atual alíquota de 0,38% até 2011.
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