São Paulo, sexta, 25 de setembro de 1998

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Acusada por falha anterior repete versão

da Sucursal de Brasília

O presidente da Schering do Brasil, Rainer Bitzer, reuniu-se ontem com o ministro da Saúde, José Serra, e disse que a falha que levou a empresa a vender cartelas do anticoncepcional Microvlar faltando pílulas está dentro do limite aceito nos padrões internacionais de produção.
"A Schering tem uma tradição de responsabilidade e de repente virou a bola da vez", afirmou José Carlos Dias, advogado da empresa. Ele participou da reunião.
À tarde, antes do encontro, o ministro havia dito que não é grave ter uma pílula a menos em uma cartela. A gravidade, segundo ele, está na não detecção da falta.
"Eu não quero perseguir a Schering, mas vou estar sempre do lado dos consumidores. Deu problema entre laboratório e população, vou estar sempre do lado do consumidor", afirmou o ministro.
Segundo Serra, a Schering (não confundir com a Schering-Plough) só seria fechada "em uma hipótese extrema", por ser um laboratório grande que produz remédios importantes.
"Mas eles têm que dar um jeito nos problemas, porque, do contrário, vão gerando insegurança e prejudicando a si mesmos, pois fica uma má imagem do laboratório."
De acordo com o advogado da Schering, o encontro estava marcado havia vários dias. "Viemos dar uma satisfação dos problemas. Mostramos que é uma falha técnica que está dentro de padrões internacionais de uma grande linha de produção", afirmou.
Segundo Dias, o laboratório vai aumentar o esquema de conferência de pílulas nas cartelas, provavelmente colocando mais funcionários na função.
"É importante destacar que não se trata de defeito do produto, não é falsificação, mas apenas falta de um componente", afirmou.
Para cada 1 milhão de pílulas, de acordo com a empresa, há três falhas.
"Isso está absolutamente dentro de padrões internacionais", afirmou Dias.
O laboratório já havia tido problemas com a Microvlar. Entre janeiro e abril deste ano, anticoncepcionais de farinha, fabricados para serem usados em teste de nova máquina de embalar, chegaram ao mercado após suposto roubo de mercadoria que seria incinerada. Foram produzidas 2 t de placebos -1.200 kg foram de fato usados no teste, o que equivale a cerca de 650 mil cartelas.



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