|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Semáforos seguidos criam "pegadinha" para motorista
Falta de sincronia deixa carro no meio de cruzamento
PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se esperar, eu perco tempo;
mas, se avançar para entrar na
rua perpendicular, eu corro o
risco de ficar parado no meio do
cruzamento.
É comum que os motoristas
paulistanos enfrentem esse dilema em algum semáforo na
hora do rush, mas no cruzamento da rua Domingos de
Morais com a rua Francisco
Cruz, na Vila Mariana (zona sul
de São Paulo), esse problema é
rotina no final da tarde.
Não bastasse a lentidão do
trecho, quem ultrapassa o semáforo enfrenta o represamento de carros em outro semáforo, 70 metros adiante, na
rua perpendicular.
No pequeno trecho de asfalto
entre os dois semáforos cabem
cerca de 40 veículos. Nos segundos finais do sinal verde
-que dura um minuto e 20 segundos-, o espaço geralmente
já está tomado por carros e o
motorista fica indeciso entre
esperar (e perder a passagem) e
seguir adiante (e ficar atravessado no cruzamento).
Não é raro que os condutores, nos primeiros segundos do
vermelho, percebam uma brecha e decidam furar o sinal.
"Olha o farol aí!", gritou uma
pedestre, que depois soltou um
palavrão para um desses motoristas na sexta passada.
É comum ver outros carros
que, pela pressa, ficam parados
na faixa de pedestres. Outros
preferem se adiantar à abertura
do sinal verde para avançar.
O represamento causado pelo segundo semáforo existe para permitir a entrada na Domingos de Morais dos veículos
que trafegam pela Afonso Celso, uma via de menor fluxo.
Um balconista da padaria localizada nessa esquina diz que
nunca ouviu reclamação sobre
o trânsito, mas um funcionário
da loja de cosméticos no cruzamento da Francisco Cruz afirma que as queixas por lá são
constantes.
O local será vistoriado nos
próximos dias pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para verificar se alterações
na temporização dos semáforos podem melhorar a fluidez
do trânsito.
Os semáforos da região são
sincronizados com o auxílio de
computador, segundo a CET,
mas o próprio órgão admite
que "ocasionalmente" o cruzamento pode ficar fechado por
excesso de veículos.
Outro cruzamento
No largo do Arouche (centro), o motorista que entra na
av. Duque de Caxias a partir da
rua Jaguaribe também enfrenta dificuldades para seguir no
sinal verde durante a hora do
rush, por causa de um semáforo
seguido do outro. Em vez de espaço para 40 veículos, como na
Domingos, só cabem oito carros no espaço entre semáforos.
A CET afirma que fiscaliza o local constantemente para evitar
infrações de trânsito.
Texto Anterior: CET amplia radares em Pinheiros, nos Jardins e no Itaim Próximo Texto: Vida nada cor-de-rosa Índice
|