São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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MORTE INEXPLICADA

Para juíza, acusação de erro médico está baseada em "suposição" de que cantora teria ingerido álcool e cocaína

Justiça rejeita denúncia no caso Cássia Eller

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A juíza da 29ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, Maria Tereza Donatti, rejeitou ontem a denúncia do Ministério Público Estadual contra os médicos Marcus Vinicius Gondomar de Oliveira e Jorge Francisco Castro y Perez, acusados de terem cometido erro médico que levou à morte da cantora Cássia Eller.
Na decisão, a juíza alega que a denúncia está baseada na suposição de que Cássia teria ingerido álcool e cocaína, não provada no exame toxicológico. A cantora morreu aos 39 anos, após quatro paradas cardiorrespiratórias, em 29 de dezembro de 2001.
A denúncia do Ministério Público Estadual havia sido feita pelo promotor Alexandre Themístocles, que recomendava que os dois médicos da Clínica Santa Maria, que atenderam Cássia Eller, fossem condenados por homicídio culposo (sem intenção de matar). A clínica fica em Laranjeiras (zona sul do Rio).

Laudo
A denúncia foi feita com base em um novo laudo pericial, divulgado no mês passado, que indicava que a primeira paradas cardiorrespiratória que Cássia sofreu teria sido provocada pela aplicação indevida do medicamento Plasil, que seria contra-indicado para pessoas que tenham usado drogas ou álcool. O caso havia sido arquivado em 2002.
A juíza diz, na sua decisão, que as argumentações feitas pelas peritas não dão suporte à acusação.
"A denúncia tem de se basear em dados efetivos extraídos do inquérito policial", afirma a juíza.
No documento, as legistas apontam que amigas que conduziram Cássia à clínica disseram aos médicos que a cantora teria ingerido álcool e inalado cocaína.
Segundo o resultado dos exames feitos pelo Instituto Médico Legal na época, não foi constatada a presença de álcool ou cocaína no corpo da cantora.


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