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REFERENDO
Taurus e CBC repassaram R$ 5,6 mi dos R$ 5,7 mi arrecadados pela campanha que venceu o referendo de outubro
Indústria de armas bancou frente do "não"
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Duas indústrias -a Taurus,
que fabrica armas, e a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos),
que produz munições- bancaram quase que exclusivamente a
campanha contra a proibição do
comércio desses produtos no referendo de 23 de outubro.
Vitoriosa, com 63,9% dos votos,
a frente parlamentar contrária à
proibição irá informar ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) que
arrecadou R$ 5,726 milhões.
A do ""sim" declarou R$ 1,970
milhão. A frente do "não" pediu
mais 15 dias para entregar a prestação de contas -o prazo venceu
anteontem. A Lei Eleitoral não
prevê punições para atrasos.
O presidente da frente do ""não",
deputado Alberto Fraga (PFL-DF), antecipou que a Taurus
doou R$ 2,828 milhões, e a CBC,
R$ 2,754 milhões. Outros R$ 144
mil vieram de pessoas físicas e outras empresas.
Fraga diz que a CBC e a Taurus
nada doaram ao longo da campanha, mas foram convidadas a cobrir a dívida após a vitória.
O secretário-geral da frente do
"sim", deputado Raul Jungmann
(PPS-PE), atacou a frente adversária. "Foi uma farsa, um estelionato eleitoral claro. Na verdade,
não havia defesa do direito [de defender a vida com armas em caso
de ameaça de agressões], mas defesa do lucro de empresas de armamento do Brasil. Os eleitores
que acreditaram nessa proposta
hoje talvez se sintam otários involuntários", afirmou Jungmann.
Fraga não vê nenhuma irregularidade. "A Taurus e a CBC eram
as maiores interessadas. Tinham
de pagar a conta mesmo."
Os principais doadores da campanha do "sim" foram a AmBev,
com R$ 400 mil, e a Cooperativa
de Trabalho Estruturar, com R$
480 mil. As contas apresentadas
ao TSE revelam uma dívida de R$
313,522 mil. Jungmann disse que
não sabe como saldará o débito.
As principais despesas da frente
vitoriosa foram R$ 3,845 milhões
com propaganda e publicidade,
R$ 1,013 milhão com prestação de
serviços diversos e R$ 418 mil com
pesquisas e testes eleitorais.
Os maiores gastos da outra frente foram R$ 1,747 milhão com
propaganda e publicidade e R$
302,635 mil com serviços. O total
foi de R$ 2,283 milhões.
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