São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 2005

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REFERENDO

Taurus e CBC repassaram R$ 5,6 mi dos R$ 5,7 mi arrecadados pela campanha que venceu o referendo de outubro

Indústria de armas bancou frente do "não"

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Duas indústrias -a Taurus, que fabrica armas, e a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), que produz munições- bancaram quase que exclusivamente a campanha contra a proibição do comércio desses produtos no referendo de 23 de outubro.
Vitoriosa, com 63,9% dos votos, a frente parlamentar contrária à proibição irá informar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que arrecadou R$ 5,726 milhões.
A do ""sim" declarou R$ 1,970 milhão. A frente do "não" pediu mais 15 dias para entregar a prestação de contas -o prazo venceu anteontem. A Lei Eleitoral não prevê punições para atrasos.
O presidente da frente do ""não", deputado Alberto Fraga (PFL-DF), antecipou que a Taurus doou R$ 2,828 milhões, e a CBC, R$ 2,754 milhões. Outros R$ 144 mil vieram de pessoas físicas e outras empresas.
Fraga diz que a CBC e a Taurus nada doaram ao longo da campanha, mas foram convidadas a cobrir a dívida após a vitória.
O secretário-geral da frente do "sim", deputado Raul Jungmann (PPS-PE), atacou a frente adversária. "Foi uma farsa, um estelionato eleitoral claro. Na verdade, não havia defesa do direito [de defender a vida com armas em caso de ameaça de agressões], mas defesa do lucro de empresas de armamento do Brasil. Os eleitores que acreditaram nessa proposta hoje talvez se sintam otários involuntários", afirmou Jungmann.
Fraga não vê nenhuma irregularidade. "A Taurus e a CBC eram as maiores interessadas. Tinham de pagar a conta mesmo."
Os principais doadores da campanha do "sim" foram a AmBev, com R$ 400 mil, e a Cooperativa de Trabalho Estruturar, com R$ 480 mil. As contas apresentadas ao TSE revelam uma dívida de R$ 313,522 mil. Jungmann disse que não sabe como saldará o débito.
As principais despesas da frente vitoriosa foram R$ 3,845 milhões com propaganda e publicidade, R$ 1,013 milhão com prestação de serviços diversos e R$ 418 mil com pesquisas e testes eleitorais.
Os maiores gastos da outra frente foram R$ 1,747 milhão com propaganda e publicidade e R$ 302,635 mil com serviços. O total foi de R$ 2,283 milhões.


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