São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Sino de 400 kg despenca de relógio de 12 metros e cai no meio da praça da Sé

Ricardo Bastos/Futura Press
Sino de latão de 400 quilos, que desabou na tarde de ontem do topo de um relógio na praça da Sé, no centro de São Paulo

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um sino de latão que pesa 400 quilos desabou ontem do topo de um relógio de 12 metros no meio da praça da Sé, região central de São Paulo. O objeto -um sino inglês de 1910- caiu sobre um jardim, e ninguém ficou ferido.
Mas foi por pouco: segundo guardas-civis que fazem a ronda no local, um grupo de moradores de rua que costuma deitar sob o relógio acabara de ser retirado da grama.
O instrumento é sustentado por um pedaço de madeira de peroba, que se rompeu pouco antes da badalada das 13h. Na queda, levou um pedaço da torre de vidro que o abriga.
"Todo mundo se assustou, foi um barulhão, vidro para todo o lado. Vai que é uma bomba?", conta Gilvan Macena da Silva, 36, funcionário de uma banca que fica na praça.
Ninguém foi atingido pelos estilhaços, dizem os guardas. O barulho pôde ser ouvido até por quem rezava na catedral da Sé, localizada do outro lado da praça, e que tem um conjunto de outros 61 sinos.
A manutenção da torre é feita pela Potenza Engenharia, por meio de um termo de cooperação assinado no final de 2007 com a prefeitura. A empresa é responsável por dar corda no relógio, pintar, lavar e cuidar da estrutura.
Segundo a Potenza, a cada três dias o local é visitado por Augusto Fiorelli, que acerta os ponteiros de outros 11 relógios da cidade, entre eles o das faculdades de Direito e de Medicina da USP, da estação da Luz e das Casas Bahia da praça Ramos (antigo Mappin).
Ele também faz a vistoria do local e avisa a empresa sobre qualquer irregularidade. A última visita foi anteontem e nada foi notificado.
O engenheiro Marcos Francisco Inácio, diretor da Potenza, afirma vistoriar o local a cada dois meses.
Ele descarta a hipótese de que a madeira tenha apodrecido. "Logo que assinamos o termo, trocamos a madeira. Em três anos não poderia ter se desgastado", diz.
Os pedaços de peroba foram recolhidos junto com o sino. A empresa afirma que analisará o material para descobrir o que pode ter acontecido. Mas Inácio diz não descartar a possibilidade de o rompimento da madeira ser culpa de ação humana. "Alguém pode ter tirado alguma peça para vender. Todo mês temos que trocar a fechadura porque arrombam", afirmou.
Perto do local há uma base da PM e um veículo da Guarda Civil Municipal 24 horas.
A Subprefeitura da Sé diz não acreditar que tenha havido negligência da empresa, mas, mesmo assim, passará a pedir relatórios semanais sobre o trabalho executado.
O sino agora só deve voltar a badalar em 20 dias, após ser colocado com um guindaste. Inácio afirma que, dessa vez, será preso por uma corrente, para evitar que despenque.


Texto Anterior: Polêmica: Acre terá referendo para decidir qual fuso irá adotar
Próximo Texto: Zona azul vertical criará 26 mil vagas para carros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.