São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Zona azul vertical criará 26 mil vagas para carros

Construção de mais de 60 garagens está prevista, inclusive em áreas como Jardins

Novos edifícios devem ser construídos pela iniciativa privada; número de vagas no sistema deve subir de 34,5 mil para 60 mil

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anuncia hoje um plano que, se sair do papel, deve ser a principal mudança já feita na vida de quem estaciona seu veículo nas ruas de São Paulo.
Ele envolve a construção de mais de 60 garagens para implantar uma zona azul vertical. Segundo técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), deverá contemplar áreas nobres como Jardins, Perdizes, Itaim Bibi, Pinheiros e Vila Mariana.
A proposta é que os novos edifícios de estacionamento -incluindo pelo menos três subterrâneos- sejam construídos pela iniciativa privada em troca da exploração do sistema durante décadas, mediante a arrecadação dos valores pagos.
Os talões em papel devem ser substituídos por sistemas eletrônicos e parquímetros. A CET tende a ser responsável só pela fiscalização.
A gestão Kassab diz que as mudanças devem aumentar em 74% a quantidade de vagas de zona azul na cidade de São Paulo -de 34,5 mil para 60 mil.
O conceito é tirar áreas de estacionamento das vias públicas, liberando mais espaço para a circulação dos carros, e migrá-las para as garagens. Os detalhes do projeto devem ser divulgados hoje pelo prefeito.
A Folha apurou que a intenção da CET é que os novos espaços comecem a ficar prontos em 2011, penúltimo ano do atual mandato de Kassab.
O cronograma da prefeitura prevê que seja lançada agora uma consulta pública para que as empresas interessadas se manifestem e apresentem sugestões (inclusive da tecnologia do sistema) pelos próximos quatro meses. Em seguida, será lançada a licitação, que deve dividir a cidade em dez lotes.
A meta é terminar a concorrência no final do ano que vem, para que as primeiras garagens sejam erguidas num intervalo de até nove meses.

Subterrâneas
O plano de Kassab deve retomar uma promessa antiga, alvo de tentativas fracassadas e seguidos descumprimentos nos últimos anos: a construção de pelo menos três garagens subterrâneas, nas imediações do Mercadão, do Pátio do Colégio e do Teatro Municipal.
Com essas, a quantidade planejada de novos espaços de estacionamento deve chegar a 64 -em torno de metade delas no centro expandido. Cada uma deve ter cerca de 400 vagas.
O projeto das garagens privadas é visto com desconfiança por algumas empresas do setor, que alegavam falta de lucratividade em propostas anteriores que não saíram do papel.
A tendência é que a terceirização da zona azul encareça os custos para os motoristas. O preço do estacionamento rotativo ficou congelado de 2001 até outubro deste ano, quando a prefeitura reajustou a folha de R$ 1,80 para R$ 3. Sob controle privado, os contratos poderão fixar aumento anual.
Alguns prédios de garagem devem ser erguidos nas proximidades de estações de metrô e terminais de ônibus -com a justificativa de facilitar a integração dos carros com a rede de transporte público coletivo.


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