São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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RIO SOB ATAQUE

Guerra continua hoje no Rio, diz PM

Cabral afirma que ataques são "ato de desespero" e que traficantes estão "perdendo território"

17.500 homens estão de prontidão, de acordo com a PM; secretário de Segurança disse que o Rio "vai virar a página"

Felipe Dana/AP Photo
Mulher corre na favela do Jacarezinho, no bairro do Jacaré, zona norte; policiais do Core fizeram operação no local ontem

DO RIO

A Polícia Militar afirmou que intensificará hoje as operações "de guerra" contra ataques de criminosos no Rio, o que pode levar à repetição de cenas de confronto a tiros com narcotraficantes.
Questionado ontem à noite no "Jornal Nacional", da Rede Globo, se o Rio terá um dia melhor hoje, o governador Sérgio Cabral (PMDB) não arriscou prognóstico.
"Eu posso garantir à população que nós estamos atentos, que é um ato de desespero [dos marginais], de desarticulação desses criminosos, que estão perdendo território", respondeu.
Durante o dia, Cabral anunciou que o governo vai continuar com a instalações de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em favelas e que a população deve manter a calma. Os ataques seriam represálias às unidades.
O porta-voz da PM, coronel Lima Castro, disse que as ações policiais não têm data para acabar e chamou o confronto de "guerra".
"Não começamos esta guerra, nos provocaram para que entrássemos nela e vamos sair vitoriosos. Se demorar dois dias, ótimo, se demorar dez, 30, não será tão bom, entretanto temos capacidade técnica", disse.
"Continuaremos com as operações de incursão, faremos comboios, viaturas estarão patrulhando as ruas da cidade, haverá mais blitze, o efetivo retirado da área administrativa continuará atuando na zona sul, na Grande Niterói e na zona oeste. Teremos ainda um aumento do policiamento, este embarcado em ônibus, atuando na Tijuca e no Méier", afirmou ainda o coronel.
Segundo a PM, 17.500 homens estão de prontidão e as folgas foram reduzidas.
Apesar do clima de guerra, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que a cidade "vai virar a página".
"Temos a nítida percepção da angústia das pessoas, mas a polícia está respondendo a esses episódios. Não é uma tarefa fácil", afirmou ao telejornal "RJTV", da Globo.
"Não podemos esquecer que a repressão não resolve. Temos que ter um plano para que essas coisas não aconteçam mais. Quero dizer que o trabalho de repressão tem que ser feito, nós temos que atender à demanda desses cidadãos que estão angustiados, mas temos que pensar na frente", concluiu o secretário.


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