São Paulo, terça, 25 de novembro de 1997.



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HISTÓRIA
Para ACM, baiano, Brasil nasceu na Bahia
Senadores discutem local da descoberta

da Sucursal de Brasília

A polêmica sobre o verdadeiro local do descobrimento do Brasil, levantada pela revista "IstoÉ" desta semana, pode causar divergências políticas entre o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e o líder do PMDB na Casa, Jader Barbalho (PA).
Barbalho disse ontem que está disposto a brigar pela "correção do equívoco histórico", se ficar provado que o Maranhão e o Pará foram os primeiros Estados a receber navegadores portugueses (e não a Bahia).
Uma de suas brigas será pela mudança do local da comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil, marcadas para ocorrer na Bahia. ACM, em conversas com amigos, já reagiu. Para ele, o Brasil nasceu no seu Estado e nada vai mudar a história.
"Se a história for reescrita, comprovando a procedência da informação do historiador português, como é que o equívoco será mantido? Vamos continuar ensinando errado para as crianças?", perguntou Barbalho. Ele afirmou ter o apoio do senador José Sarney (PMDB-AP).
Segundo a revista, dois anos antes de Pedro Álvares Cabral "descobrir" o Brasil, em 1500, aportando primeiro na Bahia, outro navegador português -Duarte Pacheco- encontrou o Brasil em uma missão determinada pelo rei d. Manoel 1º.
A revelação é feita no livro "A Construção do Brasil", lançado pelo historiador português Jorge Couto, professor da Universidade de Lisboa. Segundo ele, o navio de Pacheco aportou em terras do Maranhão e, depois, Pará -na Ilha de Marajó-, em 1498.

Perícia
Para Barbalho, o governo brasileiro "tem o dever" de fazer uma perícia história para confirmar ou não as informações do livro.
O importante, segundo ele, é saber se o primeiro navegador português registrou sua viagem ao Brasil, tornando-a oficial. Se isso ocorreu, a história pode mudar, segundo o líder.



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