São Paulo, terça, 25 de novembro de 1997.



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TRÂNSITO
Faltam sinalização e instalação de passarelas para pedestres
Prefeitura inaugura trecho que faltava da Linha Amarela no Rio

da Sucursal do Rio

A Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou ontem os quatro quilômetros finais da Linha Amarela -via expressa que liga a Barra da Tijuca (zona sul) à zona norte do Rio- sem concluir parte dos acessos, das passarelas para pedestres e da sinalização.
Acabaria hoje o prazo concedido pela Feema (Federação de Engenharia do Meio Ambiente) para que a prefeitura fizesse adequações ambientais exigidas pelo órgão estadual, como a retirada de pilares do leito de três rios e a liberação de adutoras de água que estariam sendo pressionadas pela avenida.
Na semana passada, a Feema entrou com uma notificação na Justiça para forçar as mudanças. Segundo o vice-governador Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), coordenador estadual de Infra-Estrutura, a Linha Amarela passa por cima de dez adutoras de água, que poderiam ser rompidas com o peso dos carros.
O prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) é sucessor e aliado do ex-prefeito Cesar Maia, adversário do governador Marcello Alencar (PSDB). Maia e Alencar disputarão o governo do Estado.
Conde negou, porém, que tivesse apressado a inauguração -marcada para 4 de dezembro- temendo um embargo da obra. Disse que o eixo principal da avenida já está pronto, e é difícil impedir o tráfego.
"O Estado é um estado a que chegamos. O vice-governador é uma pessoa ociosa, gasta a maior parte do tempo dele passeando pela Linha Amarela, é um complexo complicado de resolver. O governo quer fazer chantagem", afirmou Conde.
Dos 36 acessos à Linha Amarela, oito não foram concluídos. Pelo menos seis das 11 passarelas de pedestres estão montadas provisoriamente com andaimes. A sinalização também não está totalmente instalada.
"A obra era para ter sido concluída no ano passado, reclamaram que estava atrasada, agora reclamam que está adiantada", afirmou a secretária municipal de Obras, Angela Fonti.
Ela disse que os pilares não estão colocados no leito do rio, mas perto dele. Afirmou também que as adutoras não serão prejudicadas e que a prefeitura irá discutir o caso na Justiça.
A prefeitura calcula que a Linha Amarela esteja totalmente concluída em dezembro. O pedágio começa a ser cobrado em janeiro.
A Linha Amarela tem 25 quilômetros, 15 deles construídos pela prefeitura. O trecho restante foi interligado com avenidas já existentes. A obra custou R$ 350 milhões e é alvo de uma CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.
O vice-governador, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, disse que o governo não tem intenção de embargar a obra, mas quer que ela cumpra as determinações da Feema.
"Não responderei a ofensas pessoais. Acho que o prefeito tem andado pouco pela Linha Amarela, ele precisa conhecê-la melhor."
O presidente da CPI da Linha Amarela, deputado Paulo Melo (PSDB), quer levar hoje a secretária Angela Fonti para depor.



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