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INCÊNDIO
Prefeitura de São Paulo promete entregar roupas, alimentos e brinquedos
Desabrigado passa Natal em escola
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cerca de mil desabrigados do
incêndio que destruiu anteontem
uma área de quase 1.400 metros
da favela na avenida Zaki Narchi,
em Santana (zona norte de São
Paulo), devem passar o Natal em
três escolas municipais da região.
O subprefeito de Santana, Hélvio Moisés, esteve ontem no local
e propôs aos moradores que eles
permaneçam nos três colégios,
onde, segundo ele, vão receber
roupas, alimentos e brinquedos
para as crianças.
Antônia Maria Tiburtino, 51,
disse que passaria a noite de ontem no local onde ficava seu barraco, totalmente destruído pelo
incêndio. "Vou arrumar um papelão e ficar aqui", disse.
"A vontade de comemorar o
Natal eu tenho, mas nesse sufoco
não tem jeito." Antes do fogo, ela
pretendia passar o Natal na casa
da cunhada, em um dos apartamentos do conjunto habitacional
que fica ao lado da favela.
De acordo com Moisés, os desabrigados deverão permanecer nos
colégios até o fim de janeiro,
quando serão transferidos provisoriamente para um alojamento
que será erguido na região. "Vamos construir a habitação definitiva em outra área, o que deve levar pelo menos seis meses."
A prefeitura vai cercar o terreno
da favela, onde guardas civis metropolitanos deverão permanecer
24 horas por dia para impedir novas invasões. "Quem erguer o
barraco novamente não terá direito à habitação", disse Moisés.
José Amâncio, 35, que mora no
conjunto habitacional ao lado da
favela, aproveitou a manhã de ontem para recolher com seu filho
Isac, 12, restos de ferro queimado,
como fogão e geladeira. "Se eu
conseguir levar tudo para o ferro-velho, posso fazer R$ 200. Com
esse dinheiro vou comprar um
peru para minha mulher assar."
A prefeitura informou que 535
barracos foram interditados e pelo menos 153 pessoas foram encaminhadas para abrigos municipais. (DAGUITO RODRIGUES)
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