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Projeto cria pólo de lazer e incentivos fiscais
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto Alegra Centro prevê a
criação de uma área de lazer à beira-mar, reformando a região que
vai do armazém um ao quatro, localizados na parte mais antiga do
centro, e institui sete tipos diferentes de incentivo fiscal para fazer com que empresários do setor
se apropriem desse espaço.
A idéia de reformar o trecho do
porto é baseada nas experiências
de Belém (PA) e Buenos Aires
(Argentina), que criou o centro de
lazer Puerto Madero na região
portuária mais antiga da cidade.
As soluções propostas pelo projeto incluem o desvio (por viaduto ou por túnel) da avenida perimetral portuária, para dar conta
da circulação de caminhões, a
construção de área para restaurantes e danceterias nos armazéns, além de uma marina para
200 barcos.
A Prefeitura de Santos acredita
que o novo centro terá potencial
para atrair o público de São Paulo.
"Ainda mais agora, com a nova
pista da Imigrantes", diz o arquiteto Ney Caldatto Barbosa.
Os incentivos previstos para
atrair os empresários da nova noite santista são: isenção de IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano), de ISS (Imposto sobre Serviços) para a obra de restauro ou
instalação do estabelecimento, de
ITBI (Imposto sobre Transferência de Bens Inter Vivos) em caso
de compra, de taxa de licença por
cinco anos e de ISS por período
igual (limite de R$ 30 mil/ano).
O pacote inclui ainda a permissão de venda de potencial construtivo para outras áreas da cidade e a isenção de 50% do IPTU ou
do ISS para patrocinadores.
No primeiro caso, as áreas do
centro permitem edificações, como prédios, que exploram ao máximo o potencial do terreno. Essa
vantagem poderia ser vendida para quem deseja construir em outro bairro, mas não a tem.
A isenção para patrocinador
significa que o empreendedor não
precisará nem de dinheiro. Basta
que encontre um interessado em
financiá-lo que a prefeitura dará
descontos em impostos para ele.
O Alegra Centro está parado na
Câmara Municipal há um ano. A
idéia contrariou as empresas do
setor portuário, que têm pressionado vereadores. O prefeito Beto
Mansur diz que a aprovação do
projeto "é questão de tempo".
Os armazéns escolhidos para
receber o pólo são vizinhos das
ruas iluminadas, criando um único espaço. Hoje, estão vazios, mas
foram concedidos à empresa Tecondi, pela Codesp (Companhia
Docas do Estado de São Paulo).
A empresa ganhou a concessão
deste e de outros pontos mais valorizados do porto, que tem 7,7
milhões de m2, em troca de construir um aterro no local para servir a estocagem de contêineres.
Além disso, não interessa ao setor
portuário que a região mude de
perfil, mesmo que em um trecho.
Segundo Caldatto, a prefeitura
não precisaria de aprovação da
Câmara para solicitar os armazéns, mas resolveu incluir a concessão dentro do Alegra Centro.
"Vamos ver o que interessa mais,
os contêineres ou o pólo de lazer."
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