DA REDAÇÃO

"Existiria uma conspiração para exterminar figuras veteranas da principal força de oposição do país, o Partido dos Trabalhadores (PT)?" Assim começa o artigo publicado na revista britânica "The Economist", sobre o assassinato do prefeito petista Celso Daniel.
O texto destaca o clima de insegurança no país, dizendo que "São Paulo é hoje uma cidade mais violenta do que Bogotá". Com o título "A colombianização de São Paulo", um quadro compara números dos dois lugares e mostra o vertiginoso crescimento de sequestros no Estado.
Segundo a reportagem, assassinatos de figuras públicas por motivos políticos são raros no Brasil, apesar de intimidações serem comuns.
A morte de Daniel, diz o texto, foi um "escândalo", especialmente por ter ocorrido após outras ações criminosas ousadas, como o resgate de presos de Guarulhos em um helicóptero. "Esses fatos expõem a falha dos governos em todos os níveis ao lidar com o problema [a segurança"."
A reportagem faz menção ao encontro do presidente Fernando Henrique Cardoso com o governador Geraldo Alckmin, no qual foram prometidas medidas urgentes para combate o crime. "Poucas das propostas anunciadas são novas", diz a revista.
Segundo a reportagem, a polícia brasileira precisa de reforma: "Em São Paulo, além de ser ineficiente, a polícia é corrupta". Um exemplo citado é o da cracolândia, em que policiais estavam envolvidos com o narcotráfico.
A revista diz que a proposta de Alckmin de unir as polícias Civil e Militar é "tardia" e que os problemas com segurança ocorridos na sua administração podem prejudicar a candidatura do ministro José Serra à Presidência da República. Segurança, diz a reportagem, será o grande desafio do PT. "O partido deve estar levando em conta que ao bater duro na violência poderá obter sucesso similar ao do novo Partido Trabalhista britânico, de Tony Blair."


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