São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

Quadrilha especializada em roubo de carros tentou furar bloqueio na Bandeirantes, em Jundiaí (SP), e houve tiroteio; outros 4 foram presos

Após perseguição, polícia mata 5 em rodovia

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Cinco integrantes de uma quadrilha especializada em roubos de carros e sequestros relâmpago de Campinas foram mortos e outros quatro, presos pela Polícia Rodoviária após perseguição seguida de tiroteio na rodovia dos Bandeirantes, próximo a Jundiaí (SP), anteontem à noite.
O cerco aos criminosos, todos da região do Jardim Centenário, periferia de Campinas, aconteceu por volta das 21h20. Os homens furaram um bloqueio policial no km 75 da rodovia, no sentido interior-capital, com dois veículos roubados -um Fiat Brava e uma Parati.
A passagem dos carros já era esperada pela Polícia Rodoviária, que havia recebido um telefonema indicando que ladrões de carga passariam pela Bandeirantes com sentido a São Paulo.
Foram quase três quilômetros de perseguição, até que os suspeitos acabaram sendo parados em outro bloqueio, no km 73. A Parati, ocupada por quatro homens, capotou e o Fiat, com cinco homens, bateu em uma defensa.
Os ocupantes dos veículos saíram atirando contra a polícia, que matou cinco -três adolescentes.
Os quatro criminosos presos, Fabiano Almeida da Silva, o Índio, 21, Fábio Herculano, 23, Wanderlei Amorim dos Santos, 21, e Wagner Adriano Custódio, 22, foram encaminhados ontem para prisões de São Paulo.
Eles confirmaram à polícia que haviam roubado os carros que ocupavam em Campinas e fariam a entrega em São Paulo.
"O delegado-geral entendeu que era temerário mantê-los na cadeia de Jundiaí, pois eles são considerados perigosos e resgates poderiam ser tentados", disse o delegado seccional de Jundiaí, Júlio Cesar Ribeiro de Campos.
Com os criminosos, a polícia apreendeu dez armas e um colete da PM. Os mortos na ação foram Carlos Cesar Vicente do Valle, 21, Celso Valle Roque, 17, Paulo Eduardo da Cruz, 20, Thiago Aparecido Maximiliano, 17, e Luís Gustavo Lucena, 17.
Os familiares manifestaram revolta contra a ação da polícia. "Meu filho foi morto com seis tiros de fuzil. Foi um absurdo. Eles não eram esses criminosos que estão dizendo", disse uma mãe, que não se identificou.
Segundo o delegado seccional de Jundiaí, porém, a Polícia Civil esteve na Bandeirantes logo após o término da perseguição e não acredita em assassinato.


Texto Anterior: São Paulo, 448: Chuva atrapalha shows da comemoração
Próximo Texto: Grupo é preso por cortar ligação telefônica e cobrar "pedágio" ilegal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.