São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2002

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Três policiais são mortos em Goiânia

DA AGÊNCIA FOLHA

Três policiais civis foram mortos na manhã de ontem, em Goiânia, a poucos metros da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, na região central da capital.
Henrique Borges Machado, Marco Aurélio Faustino D. da Silva e Wander Ribeiro Franco foram atingidos por disparos na cabeça quando chegavam à delegacia, por volta das 8h30, em um veículo Gol. Segundo a Polícia Civil, Machado -que é investigador desde 91- havia recebido ameaças de morte recentemente.
A polícia não soube informar de onde partiram os tiros. O carro, desgovernado, bateu em um telefone público e em uma árvore. Segundo dados preliminares, das três pistolas que os investigadores levavam, duas estavam dentro do carro e uma do lado de fora.
Mesmo com a rua movimentada, ninguém se apresentou para testemunhar o caso. Funcionários de uma oficina mecânica próxima ao local disseram que não ouviram os tiros e só viram o carro quando já estava batido.
Segundo o secretário estadual da Segurança Pública e Justiça, Demóstenes Xavier Torres, os policiais investigavam crimes contra a fazenda pública, trabalhando no desmantelamento de máfias no Estado. "Entre os casos de maior repercussão estão a fraude contra o Instituto de Previdência Social, o esquema de notas fiscais falsificadas ou adulteradas envolvendo prefeituras do interior e, mais recentemente, a máfia dos combustíveis," afirmou.
Para Torres, a hipótese mais coerente é a de que os três tenham sofrido um atentado. "A Delegacia do Patrimônio lida constantemente com essas máfias em atividade no Estado. Nos últimos dois anos foi responsável pelo ressarcimento de mais de R$ 300 milhões desviados por atividade criminosa aos cofres públicos. Também podem estar querendo impressionar delegados envolvidos nesses casos", disse o secretário.
O delegado da divisão de homicídios, Gilberto Ferro, não acredita em emboscada. "Estamos fazendo um exame necrológico minucioso e ainda dependemos do resultado da perícia. O mais provável é que tenha havido um desentendimento entre eles." (ADRIANA CHAVES)



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