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São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

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Para sindicato, diretor impede as contenções

DA REPORTAGEM LOCAL

Antônio Gilberto da Silva, presidente do sindicato dos trabalhadores da Febem (Sitraemfa), afirma que um dos motivos das recentes rebeliões registradas na unidade de Franco da Rocha é uma orientação do diretor da unidade, Wanderlei Vieira de Souza.
Segundo o sindicalista, Souza impede os monitores de conter os adolescentes quando estes tentam se rebelar.
"Ele já avisou que não autoriza contenção, e os funcionários ficam com medo de conter os adolescentes porque isso pode gerar o confronto."
O presidente da Febem, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, nega que essa seja a conduta de Souza. Diz que a acusação é uma tentativa de responsabilizá-lo pelos recentes motins.

Medo de confronto
O representante dos funcionários admite que um grupo pequeno de monitores pode estar sendo omisso quando os adolescentes tentam se rebelar. Mas essa atitude, diz o sindicalista, decorre do fato de eles temerem que a contenção acabe em confronto.
Para Silva, as acusações de facilitação de rebelião são injustas, uma vez que o número de funcionários por plantão caiu de aproximadamente 15 para quatro, nos últimos meses.
Com uma equipe reduzida, diz ele, é praticamente impossível conter as tentativas de arrombar as portas das celas.
O sindicalista afirma ainda que os menores costumam arrombar as grades das celas com pedaços de ferro que são retirados das camas (espécie de catres feitos de cimento).
De acordo com Silva, as rebeliões só não começaram a ocorrer em outubro, quando a equipe foi reduzida, porque os adolescentes ainda estavam "aterrorizados" pela política de contenção extrema adotada durante a gestão dos dois últimos presidentes da Febem, Saulo de Abreu (hoje na Segurança Pública) e Maria Luiza Granado (indicada por ele para o cargo).
O presidente do sindicato dos trabalhadores da Febem ressalta que o novo presidente da Febem tem todo o seu apoio. (GA)


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