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CARNAVAL
Enredo campeão falava da Amazônia; Unidos da Tijuca desbanca Mangueira do 2º posto; São Clemente foi rebaixada
No Rio, Beija-Flor leva o bicampeonato
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de não ter sido considerada favorita, a Beija-Flor conquistou ontem o bicampeonato
do Carnaval carioca. A Unidos da
Tijuca surpreendeu e comemorou o segundo lugar como se fosse
a campeã. Depois vieram Mangueira, Viradouro, Imperatriz
Leopoldinense e Salgueiro, que
voltam ao sambódromo no desfile das campeãs, no sábado.
A São Clemente, que subiu para
o Grupo Especial em 2002, ficou
em último e foi rebaixada.
Com o enredo "Manôa-Manaus-Amazônia Terra Santa...
Que Alimenta o Corpo, Equilibra
a Alma e Transmite a Paz", a agremiação de Nilópolis (Baixada Fluminense) desfilou sob chuva intensa, o que fez com que o carro
"Teatro Amazonas" ficasse parcialmente destruído.
"A gente perdeu pontos no que
deveria [cinco décimos no quesito alegoria e adereços]. Hoje o
campeão é aquele que menos erra. Errar, na verdade, é normal",
disse o presidente de honra da escola, Aniz Abrãao David.
A comemoração, na quadra da
Beija-Flor, começou antes da última nota dez. Foram compradas
6.000 caixas de cerveja.
O presidente da Unidos da Tijuca, Fernando Horta, comemorou
o vice-campeonato. "Ninguém
contava com a nossa colocação.
Mas Carnaval acontece na hora.
Quando acabamos de desfilar, eu
sabia que estávamos brigando pelo título", disse.
O segredo, segundo ele, foi "ser
diferente". "Tem que ter criatividade, o que o [carnavalesco] Paulo Barros tem de sobra. Se eu vier
igual às outras, eu não ganho.
Apesar de sermos a terceira escola
mais antiga do Brasil, nossa bandeira não tem o peso de outras."
Com o enredo "O sonho da
Criação e a Criação do Sonho: a
Arte da Ciência no Tempo do Impossível", a escola da Tijuca levou
carros diferenciados para o desfile, como o que trazia 127 pessoas
que formavam uma pirâmide humana, representando o DNA. A
ousadia foi vista em toda a passarela do samba, até o último carro:
um disco voador feito com 15 mil
garrafas azuis de água mineral.
Intérprete da Mangueira, Jamelão disse que sua escola "foi garfada". Empatou com a Unidos da
Tijuca (387,9 pontos). No desempate, no quesito evolução, a Mangueira ficou em terceiro lugar.
A Viradouro foi a única das
quatro escolas que reeditaram
sambas antigos a ficar entre as
cinco primeiras. E, por ironia,
também foi a única delas que perdeu pontos no quesito samba
enredo -a escola apresentou
"Pediu pra Pará, Parou. Com a Viradouro Eu Vou pro Círio de Nazaré", enredo de 1975 da Unidos
de São Carlos (hoje Estácio de Sá).
A comissão de frente da Viradouro, que foi coreografada por
Deborah Colker e emocionou o
público ao simular uma procissão, não teve a aprovação unânime dos jurados: perdeu um décimo, o que provocou protestos dos
diretores da escola.
No Grupo de Acesso, a escola
Unidos de Vila Isabel venceu e, no
ano que vem, desfila no Grupo Especial do Carnaval do Rio.
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