São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

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Grande Rio demite Joãosinho Trinta

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Joãosinho Trinta, o mais famoso carnavalesco do país, está fora da Grande Rio. Depois da polêmica criada em torno do enredo sobre a camisinha, ele foi demitido ontem pela direção da escola, na qual estava desde 2001.
A escola afirmou que o carnavalesco desvirtuou o enredo, prejudicando seu desenvolvimento. Trinta, segundo a Grande Rio, deu destaque à liberdade sexual, deixando de lado o objetivo principal do tema: estimular a prevenção contra a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. A escola ficou em 10º lugar.
Os atritos com a Igreja Católica também pesaram na decisão. Católico praticante, Hélio de Oliveira, presidente da escola, disse que o carnavalesco "só se preocupou em brigar e atacar a igreja nos últimos 20 dias, quando precisávamos mais dele para preparar o desfile".
Por orientação de Trinta, a Grande Rio trouxe um carro alegórico totalmente encoberto, com a inscrição "censurado". Estátuas simulando posições sexuais descritas no manual indiano "Kama Sutra" também foram cobertas. Na verdade, não houve decisão judicial censurando os carros. Trinta quis tapá-los em resposta à recomendação do Ministério Público Estadual para que as alegorias fossem menos explícitas.
"Em quatro anos, ele não conseguiu tirar uma nota dez de enredo", afirmou ainda Oliveira.
Procurado pela Folha ontem à tarde, Trinta não foi localizado até a conclusão desta edição.


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