São Paulo, quarta, 26 de março de 1997.

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EDUCAÇÃO 2
Mesmo com o deslocamento de 1.940 guardas para a rede municipal, o índice de violência não caiu
Guarda civil não reduz a criminalidade

RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local

O deslocamento de 1.940 guardas civis metropolitanos para a segurança da rede municipal de ensino ainda não reduziu os índices de criminalidade nas escolas.
Segundo balanço da Superintendência Municipal de Educação, órgão da prefeitura, o número de ocorrências nas escolas neste ano, quando a GCM começou a atuar, ficou nos mesmos níveis de 96: uma ocorrência a cada cinco dias.
No ano passado, houve 77 ocorrências policiais, contra 18 nos primeiros 80 dias deste ano. A maior parte das ocorrências diz respeito a arrombamentos e furtos de equipamentos, alimentos e materiais.
Mas, segundo a própria superintendência, os números podem ser maiores. O órgão da prefeitura acredita que a ação criminosa mais comum nas escolas seja o tráfico de drogas, e não há nenhum registro de tráfico no balanço de 96.
De acordo com o superintendente de educação, Celso de Castro, não há uma área mais crítica com relação à violência.
Em 96, a Delegacia Regional 4, que engloba Butantã, Lapa, Pirituba e Perus (zona oeste), liderou as estatísticas de ocorrências.
Neste ano, porém, a Delegacia Regional 11, que abrange Cidade Tiradentes (zona leste), é a campeã até agora.
Em uma pesquisa nas escolas que tiveram ocorrências policiais em 96, a prefeitura detectou problemas em escolas que têm aparato de segurança considerado bom.
Em 46,2% das escolas com ocorrência, por exemplo, havia ronda da Guarda Civil Metropolitana. E em 37,5% delas os muros foram considerados bons.
Por outro lado, alguns itens confirmam a falta de condições das escolas em oferecer segurança. Em 57,4% das escolas depredadas, arrombadas ou furtadas, o prédio tinha condições físicas ``regulares''.
A precariedade dos prédios da rede municipal não se limita às escolas com ocorrências policiais.
Outra pesquisa da superintendência, feita em toda a rede, mostra que apenas 29,5% das escolas consideram ``boas'' as condições físicas dos prédios.
O restante oscila entre ``regular'' (49,4%) e ``necessitando de uma reforma geral'' (21,2%). Em um universo de 712 escolas pesquisadas, isso significa que 148 escolas da rede municipal alegam precisar de reparos gerais. Outras 223 pedem reforma geral nos muros.
Agravam o quadro a iluminação insuficiente em 60,5% das escolas e inexistente em 8,8% delas.
Para completar, a rede só dispõe hoje de 67% dos vigias necessários. Ou seja, das 1.125 vagas existentes, somente 759 estão preenchidas. E não há concurso em andamento.

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