![]() São Paulo, quarta, 26 de março de 1997. |
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Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Central faz parceria com MST para chamar a atenção para necessidade da `reforma urbana' Movimento urbano planeja invasões
MARCELO OLIVEIRA da Reportagem Local A CMP (Central de Movimentos Populares), com apoio do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), está anunciando para o dia 3 de junho o 2º Dia Nacional de Ocupações. O programa da CMP prevê invasões simultâneas, no maior número de Estados possível. Segundo Raimundo Bonfim, 33, secretário de comunicação da executiva nacional da CMP, o objetivo do intercâmbio entre a entidade e o MST é trazer mais luz para a questão da reforma urbana, que na avaliação do movimento ainda não teve a mesma atenção que a agrária. ``A forma para fazer a sociedade entender a necessidade da reforma urbana é chamar a atenção dela por meio das ocupações e fazer pressão junto ao poder público'', afirma Bonfim. ``Nossos objetivos são semelhantes. A diferença é que eles querem terra para plantar e nós, terra para habitação'', disse. Outro ponto de ligação, diz Bomfim, é o fato de que boa parte dos moradores de favelas e cortiços de São Paulo, que representariam 45% da população da cidade, é oriunda do campo. Mão dupla Segundo a CMP, a contribuição é uma via de mão dupla. ``É importante esse vínculo entre reforma agrária e urbana. A primeira fixa o homem no campo e reduz a migração. Com migração menor, o planejamento urbano pode ser melhorado.'' Em reuniões periódicas com o MST, a CMP tenta entender melhor a organização do MST e as estratégias de ocupação que eles desenvolvem no campo. Trabalhadores rurais, segundo Bonfim, ligados ao MST, visitam favelas e cortiços de São Paulo ``para conhecer a realidade do problema urbano''. Segundo Bonfim, ainda existe um ``pequeno sentimento'' no trabalhador rural de que a cidade é o lugar ideal. Membros da CMP visitam acampamentos e assentamentos do MST. ``As ações do MST dão para a gente noções de como agir mais contundentemente, para ocuparmos mais espaços urbanos'', diz Bonfim. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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