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Sindicato faz investigação paralela
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O Sindipetro-NF (Sindicato dos
Petroleiros do Norte Fluminense)
faz uma investigação paralela do
acidente na plataforma P-36.
O coordenador-geral do sindicato, Fernando Carvalho, disse à
Folha que estão sendo tomados
depoimentos de funcionários que
sobreviveram ao acidente e de
trabalhadores que estavam em
plataformas próximas.
O sindicato fará um dossiê com
os relatos e documentos colhidos
na investigação paralela.
Cópias do dossiê serão encaminhadas, ainda esta semana, ao delegado responsável pelo inquérito
em Macaé, Antônio Carlos Carvalho, à CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) criada pela Assembléia e ao Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura),
que também formou comissão
para apurar o acidente.
Foi na apuração paralela que o
sindicato obteve as cópias dos boletins que indicavam problemas
no sistema de ventilação da plataforma três dias antes do acidente.
Fernando Carvalho disse que os
depoimentos são tomados sem
identificar o funcionário e que o
objetivo é reunir informações que
auxiliem as investigações formais.
"Os empregados se sentem
mais à vontade para nos passar
informações", afirmou ele.
O delegado Carvalho, presidente do inquérito que investiga as 11
mortes no acidente, interrogará
amanhã o gerente-geral da Petrobras na bacia de Campos, Carlos
Eduardo Bellot.
Foi Bellot quem retirou os boletins que registravam problemas
técnicos antes do acidente. Os boletins ficavam na intranet (rede
interna de computadores) da estatal e teriam sido retirados sem a
direção da companhia ser informada dos problemas.
O depoimento de Bellot é considerado fundamental pela polícia
para definir quem era responsável
pela P-36 e pelas providências que
poderiam ser tomadas para corrigir eventuais problemas.
Estão marcadas, também para
amanhã, no Congresso Nacional,
duas audiências públicas sobre as
prováveis causas do acidente.
Colaborou PEDRO SOARES
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