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Pesquisa quantifica crimes nas escolas
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em pelo menos 14 capitais do
país, escolas públicas e privadas
deixaram de ser refúgio da violência urbana para abrigar agressões
verbais, físicas e sexuais.
Nessas cidades, de 2% a 7% dos
alunos têm ou já tiveram arma de
fogo. De 5% a 14% sabem onde
comprar arma; desses, a maioria
diz que a arma é facilmente obtida
perto da escola e usada para fins
violentos na própria instituição.
Esse é um dos resultados de estudo da Unesco (Organização das
Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) sobre violência na escola.
Foram quase 47 mil respostas
de alunos, pais, professores e funcionários de 239 escolas públicas e
101 escolas privadas.
A ocorrência de tiros na escola
foi a mais relatada por alunos da
rede pública. Em São Paulo, 37%
dos alunos disseram que já houve
tiros dentro ou perto da escola.
Nas escolas privadas, o número
cai para 12%.
Mas esse padrão não se repete
em todas as capitais. No Rio de Janeiro, 16% dos jovens da rede particular e 13% da rede pública relataram a ocorrência de tiros. Em
Goiânia, Manaus e Fortaleza, os
índices são quase iguais.
"O temor é tanto que as aulas
são paradas para chamar a polícia
porque um aluno está brincando
com uma arma de brinquedo",
disse Miriam Abramovay, coordenadora do estudo.
O estupro e a violência sexual
também integram o ambiente escolar. Em São Paulo e em Manaus,
11% dos alunos disseram saber
que esse tipo de violência ocorreu
na escola ou perto dela. Em Cuiabá, esse índice é de 12%.
A pesquisa também abordou o
"efeito colateral" da violência na
escola. De 41% a 52% dos alunos
disseram não conseguir se concentrar no estudo. Pelo menos
28% disseram ficar "nervosos" e
"revoltados"; 27% afirmaram
perder a vontade de ir à escola.
Muitos disseram que a violência
piora a qualidade da aula e deixa o
ambiente pesado.
As 14 capitais são: Brasília, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
Maceió, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro,
São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre.
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