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PRESÍDIOS
Corregedoria anunciou fiscalização extraordinária em Taubaté, paralelamente à sindicância que investiga falhas
Casa de Custódia terá segurança reavaliada
ALESSANDRO SILVA E
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Casa de Custódia de Taubaté
(130 km de SP) será fiscalizada
nos próximos dias pela Corregedoria Administrativa dos Presídios por causa de denúncias de falhas em sua segurança. A unidade
abriga líderes das facções PCC
(Primeiro Comando da Capital) e
CRBC (Comando Revolucionário
Brasileiro da Criminalidade).
A correição extraordinária foi
anunciada ontem pelo corregedor Clayton Alfredo Nunes. A
medida é considerada preventiva
e corretiva, porque há outras três
unidades desse tipo no Estado.
A corregedoria irá avaliar os
procedimentos de trabalho, o
comportamento dos agentes e o
recebimento de ligações externas.
A inspeção, que deve acontecer
até a próxima semana, é resultado
de reportagens publicadas pela
Folha. O jornal mostrou que na
"gaiola" (espécie de cela forte, onde detentos não entram) do Anexo de Taubaté -considerado o
presídio mais seguro de São Paulo- foi encontrada uma lista
contendo nomes e telefones de
pessoas supostamente ligadas a
facções criminosas. No mesmo
local funcionou, de forma irregular, uma linha telefônica.
Segundo Nunes, os ramais não
deveriam receber transferências
de chamadas externas. O diretor
do presídio, Ismael Pedrosa, no
entanto, disse na última sexta-feira que a linha da "gaiola" não faz
ligações externas, mas pode recebê-las, transferidas pelo PABX.
Outra falha de procedimento foi
não ter entregue a lista à polícia.
"O correto seria ter enviado a lista
a quem de direito", diz. Há uma
portaria determinando isso.
Pedrosa e o coordenador dos
presídios no Vale do Paraíba, Carlos Alberto Corade, negaram que
a lista tivesse sido encontrada na
"gaiola". Disseram que era a
agenda pessoal de um preso, por
isso não a enviaram à polícia.
As investigações da polícia paulista contra as facções estão centradas hoje no rastreamento de ligações, por meio das quais os criminosos planejam suas ações.
Ontem, o deputado Wagner Lino (PT), um dos relatores da CPI
dos Presídios, na Assembléia Legislativa, disse que a comissão irá
propor a publicação trimestral
em ""Diário Oficial" dos crimes
ocorridos em cadeias do Estado.
A medida, segundo ele, deve facilitar o acompanhamento do que
ocorre nas prisões, incluindo a colaboração entre funcionários e
criminosos, e o assassinato dos
presos que denunciam esses esquemas, como os dois casos denunciados anteontem pela Folha.
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