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Parceria internacional amplia a busca por doador de medula óssea
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O diretor-geral do Inca (Instituto Nacional do Câncer), José Gomes Temporão, anunciou ontem
a ampliação do sistema de busca
internacional por doadores de
medula óssea.
Uma parceria com dois bancos
norte-americanos de doadores
-o National Marrow Donor Program (NMDP) e o Caitlin Raymond International Registry
(Crir)- será formalizada no máximo dentro de três meses, segundo ele, mas o compartilhamento
de dados já começou.
Isso significa o acesso a 9,5 milhões de doadores voluntários de
fora do país. O Redome (Registro
Nacional de Doadores de Medula
Óssea) dispõe atualmente de 56
mil doadores.
Temporão também anunciou
um acordo de cooperação com o
New York Blood Center, que possui cerca de 25 mil cordões umbilicais congelados.
A verba destinada à busca de
doadores nacionais e internacionais também será ampliada, informou ele. De R$ 2,4 milhões no
ano passado passará para R$ 24
milhões neste ano. Essa verba, segundo Temporão, virá do redirecionamento de gastos dentro do
Ministério da Saúde.
O Inca já dispunha de um convênio com o Crir, que concentra
87 registros mundiais e 4,5 milhões de doadores. No contrato,
as principais diferenças deverão
ser a desburocratização do financiamento da busca e o acesso do
Crir aos doadores do Redome,
numa via de mão-dupla.
Os valores a serem cobrados por
cada instituição ainda serão discutidos, disse Temporão.
O Redome será reestruturado.
Entre as mudanças, está previsto
o acesso dos médicos, pela internet, à situação de seus pacientes
na fila de doação. "Isso vai tornar
o processo mais transparente",
afirmou Temporão.
Denúncias
Recentemente o Inca foi alvo de
denúncias de que políticos exercem pressão para beneficiar pacientes na fila por transplante.
As denúncias partiram de Daniel Tabak, ex-diretor do Centro
de Transplantes de Medula Óssea,
quando ele pediu demissão do
cargo no início do ano. O centro é
ligado ao Inca.
Na ocasião, Tabak chega a citar
pressões que teriam sido feitas
por deputados e até pelo vice-presidente da República, José Alencar, que negou.
Uma sindicância aberta pelo
Ministério da Saúde após as denúncias apontou a existência de
tratamento diferenciado a paciente, mas não esclareceu se a pressão partiu ou não de políticos.
A mesma apuração detectou
problemas na autorização dada a
um hospital para realizar transplante de medula óssea.
Com base nas investigações, o
ministro da Saúde, Humberto
Costa, decidiu afastar dois funcionários: Diogo Mendes, coordenador do Sistema Nacional de
Transplantes, e Iracema Salatiel,
coordenadora do Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), que era subordinada
a Tabak.
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