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Kassab admite agora ampliar o rodízio
Restrição passaria a vigorar das 7h às 11h e das 17h às 21h; prefeito diz também que vai apoiar construção de nova linha do metrô
Prefeito, que dizia que não ampliaria o rodízio na sua gestão, fez a divulgação do estudo após seguidos recordes de trânsito
ALENCAR IZIDORO
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou
ontem que estuda a ampliação
do horário do rodízio de veículos e que a gestão municipal vai
bancar os projetos preliminares para a construção de uma
nova linha de metrô na cidade,
entre a Freguesia do Ó (zona
norte) e a Mooca (zona leste).
A divulgação, a seis meses e
meio das eleições na qual ele
deve tentar se reeleger, ocorre
após seguidos recordes de congestionamento na capital e seis
dias depois de apresentar um
pacote de medidas considerado
por analistas como "tímido"
para conter a piora do trânsito.
Kassab, que até pouco tempo
atrás descartava a ampliação do
rodízio, disse ter pedido estudos para avaliar a possibilidade
de prolongar a restrição à circulação de veículos em uma hora de manhã e mais uma à noite.
A medida passaria a vigorar das
7h às 11h e das 17h às 21h.
As primeiras análises da CET
devem ser apresentadas na semana que vem, mas, segundo
ele, a decisão poderá demorar.
"Esses estudos têm de ser feitos
com muito cuidado, isso demanda muito tempo, talvez até
meses, porque a cidade não pode ver implantadas medidas
que não surtem efeito", disse.
Nas gestões Marta Suplicy
(PT) e José Serra (PSDB), a administração municipal também cogitou a ampliação do rodízio (tanto da área de restrição
como do horário e da quantidade de placas por dia), mas a proposta foi descartada após estudos concluírem que a alteração
não teria efeitos significativos.
"Essa uma hora a mais não
vai ter grande demanda. Fizemos simulações e vimos que
não tem efeito prático nenhum", disse Chico Macena
(PT), hoje vereador e que presidiu a Companhia de Engenharia de Tráfego na gestão Marta.
A Folha apurou que alguns
técnicos da CET ficaram contrariados com a decisão de Kassab de solicitar novos estudos
-que foram pedidos pelo prefeito depois de conversas com
integrantes do governo Serra.
O presidente da CET, Roberto Scaringella, descartava, em
entrevistas nos últimos meses
e semanas, qualquer possibilidade de mudança do rodízio.
O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, negou recuo. Disse que a hipótese
de haver mais de duas placas
proibidas pelo rodízio diariamente "está absolutamente
descartada" -dando a entender que as declarações anteriores não falavam de horário.
O prefeito também afirmou
ontem que receberá nos próximos dias os primeiros resultados de estudos sobre a ampliação das restrições de entregas
por caminhões em São Paulo.
Uma hipótese é aumentar a
área de abrangência da ZMRC
(zona de restrição aos caminhões com mais de 6,30 metros
em determinados horários).
Ela já subiu de 11,5 quilômetros
quadrados para 24,5 quilômetros quadrados em 2007, mas,
pela nova proposta, seria ampliada a todo centro expandido.
Outro estudo é para aumentar os horários dessa proibição
-que hoje começa após as 10h.
Uma alternativa é proibir as
operações de carga e descarga a
partir das 8h. A outra prevê a liberação de entregas por caminhões somente das 23h às 6h.
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