São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Kassab admite agora ampliar o rodízio

Restrição passaria a vigorar das 7h às 11h e das 17h às 21h; prefeito diz também que vai apoiar construção de nova linha do metrô

Prefeito, que dizia que não ampliaria o rodízio na sua gestão, fez a divulgação do estudo após seguidos recordes de trânsito

ALENCAR IZIDORO
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou ontem que estuda a ampliação do horário do rodízio de veículos e que a gestão municipal vai bancar os projetos preliminares para a construção de uma nova linha de metrô na cidade, entre a Freguesia do Ó (zona norte) e a Mooca (zona leste).
A divulgação, a seis meses e meio das eleições na qual ele deve tentar se reeleger, ocorre após seguidos recordes de congestionamento na capital e seis dias depois de apresentar um pacote de medidas considerado por analistas como "tímido" para conter a piora do trânsito.
Kassab, que até pouco tempo atrás descartava a ampliação do rodízio, disse ter pedido estudos para avaliar a possibilidade de prolongar a restrição à circulação de veículos em uma hora de manhã e mais uma à noite. A medida passaria a vigorar das 7h às 11h e das 17h às 21h.
As primeiras análises da CET devem ser apresentadas na semana que vem, mas, segundo ele, a decisão poderá demorar. "Esses estudos têm de ser feitos com muito cuidado, isso demanda muito tempo, talvez até meses, porque a cidade não pode ver implantadas medidas que não surtem efeito", disse.
Nas gestões Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB), a administração municipal também cogitou a ampliação do rodízio (tanto da área de restrição como do horário e da quantidade de placas por dia), mas a proposta foi descartada após estudos concluírem que a alteração não teria efeitos significativos.
"Essa uma hora a mais não vai ter grande demanda. Fizemos simulações e vimos que não tem efeito prático nenhum", disse Chico Macena (PT), hoje vereador e que presidiu a Companhia de Engenharia de Tráfego na gestão Marta.
A Folha apurou que alguns técnicos da CET ficaram contrariados com a decisão de Kassab de solicitar novos estudos -que foram pedidos pelo prefeito depois de conversas com integrantes do governo Serra.
O presidente da CET, Roberto Scaringella, descartava, em entrevistas nos últimos meses e semanas, qualquer possibilidade de mudança do rodízio.
O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, negou recuo. Disse que a hipótese de haver mais de duas placas proibidas pelo rodízio diariamente "está absolutamente descartada" -dando a entender que as declarações anteriores não falavam de horário.
O prefeito também afirmou ontem que receberá nos próximos dias os primeiros resultados de estudos sobre a ampliação das restrições de entregas por caminhões em São Paulo.
Uma hipótese é aumentar a área de abrangência da ZMRC (zona de restrição aos caminhões com mais de 6,30 metros em determinados horários). Ela já subiu de 11,5 quilômetros quadrados para 24,5 quilômetros quadrados em 2007, mas, pela nova proposta, seria ampliada a todo centro expandido.
Outro estudo é para aumentar os horários dessa proibição -que hoje começa após as 10h. Uma alternativa é proibir as operações de carga e descarga a partir das 8h. A outra prevê a liberação de entregas por caminhões somente das 23h às 6h.


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