São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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Prefeito e Serra prometem nova linha de metrô

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que vai repassar R$ 75 milhões ao Estado para começar os projetos básico e executivo da linha 6 (Freguesia do Ó-Oratório) do metrô.
Com 18,3 km, 14 estações e previsão inicial de 600 mil passageiros, ela atravessará bairros nobres, como Perdizes, Pacaembu e Higienópolis, passando ainda próximo de universidades como a PUC (Pontifícia Universidade Católica).
O governador José Serra (PSDB) aproveitou para divulgar que pretende começar as obras dessa linha de metrô ainda em sua gestão, até 2010.
Apesar do alarde feito com a divulgação, os recursos anunciados são só uma etapa preliminar para definir detalhes do empreendimento. Depois dos projetos é que será realizada a concorrência para as obras.
O montante prometido por Kassab equivale a 2,7% do custo total de R$ 2,8 bilhões estimado pelo governo para construir dois trechos da linha 6 -que, na prática, ficarão seccionados nessa primeira etapa.
A idéia é construir inicialmente a ligação da Freguesia do Ó até a estação São Joaquim, da linha 1-azul, e de Oratório até a futura estação Vila Prudente, ligando com a linha 2-verde.
O recurso anunciado ontem também faz parte do R$ 1 bilhão que já havia sido divulgado pelo prefeito em investimentos no metrô no ano passado.
A diferença é que, em vez de ir para a linha 5-lilás, conforme se previa, uma parte será deslocada para os novos projetos.
A linha 6, entre Freguesia do Ó e Oratório, consta dos planos do Estado desde os anos 90, mas não havia sido incluída nos planos de Serra para até 2010.
Mesmo com a promessa de iniciar a contratação dos projetos, a origem do dinheiro para bancar a construção e seus prazos detalhados ainda seguem indefinidos -e boa parte deverá ficar a cargo apenas dos próximos prefeito e governador.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, afirmou estudar quatro possibilidades de angariar recursos para a construção: com verba da própria prefeitura; com uma renegociação da dívida de São Paulo com a União; com a venda de ações da Cesp, que teve um revés ontem; e por meio de algum tipo de PPP (Parceria Público-Privada).
Apesar da pretensão de começo do trecho Freguesia do Ó-São Joaquim em dois anos -prazo considerado exíguo por técnicos do próprio metrô-, as datas carecem de definições.
"Deve iniciar em 2010, [para ficar pronta em] 2012 mais ou menos. Eu não tenho projeto ainda e isso só pode ser afirmado depois do projeto. É uma estimativa", afirmou Portella.
A divulgação do projeto de uma nova linha de metrô se dá sem que outras obras e projetos de expansão do sistema estejam totalmente definidos.
A linha 4-amarela (Vila Sônia-Luz), prometida para os anos 90, deve ser entregue apenas no final de 2009 com uma primeira fase parcial. Continuam as pendências para seguir os trabalhos na estação Pinheiros, onde houve a abertura de uma cratera em 2007.
O Estado também já prometeu a extensão da linha 5-lilás (que hoje liga Capão Redondo-Largo Treze) com ao menos mais duas estações (Adolfo Pinheiros e Campo Belo) até 2010. Mas nem a licitação nem as desapropriações foram feitas -etapas anteriores à obra.


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