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Pitta ainda não definiu novo partido
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta, anunciou oficialmente ontem a sua saída do PPB. Pitta afirmou que já recebeu convites de outros partidos, mas que ainda não
definiu a legenda à qual pretende
se filiar.
A decisão foi tomada depois do
agravamento da crise com o presidente nacional do partido e padrinho político, Paulo Maluf, com o
qual começou a ter divergências na
campanha eleitoral para o governo
do Estado, no ano passado.
Pitta deixou o partido dizendo
que houve "uma certa ingratidão"
do seu antecessor e que as últimas
declarações feitas por Maluf tiveram peso definitivo na sua decisão.
Em entrevista publicada ontem
no jornal "O Estado de S.Paulo",
Maluf disse que "não tem nada a
ver com a atual administração".
Questionado sobre a denúncia
de propina que a empreiteira Enterpa admitiu pagar para a Regional da Penha, Maluf fez uma crítica
à gestão do seu sucessor.
Usando dados de reportagem da
Folha, Maluf comparou os mais de
200 autos de infração lavrados em
seu último ano de governo contra
os 6 registrados na gestão do ex-secretário Alfredo Mário Savelli, ex-homem forte de Pitta. O ex-prefeito sugeriu que fosse perguntada a
Savelli a razão da diferença.
"Todos sabem que eu sempre tive uma posição leal ao ex-prefeito.
Não compreendi o sentido daquelas afirmações", disse Pitta.
O prefeito também atribuiu sua
saída à falta de apoio da executiva
estadual do PPB. Pitta criticou a
omissão do partido em relação às
"críticas e acusações infundadas
de seus próprios membros".
Eleição
Caso queira disputar a reeleição,
o prefeito de São Paulo deverá se filiar a um novo partido até o início
de outubro deste ano.
Pitta afirmou que a sua saída do
PPB abre espaço para que Paulo
Maluf se candidate à eleição municipal do ano 2000. O prefeito também confirmou que a saída do PPB
poderá resultar em uma aproximação maior com o governador
Mário Covas.
Pitta admitiu que estava distante
do seu padrinho Paulo Maluf e disse que começou a pensar em deixar
o partido no final do ano passado.
Em dezembro, o prefeito fez a primeira crítica direta ao seu padrinho, dizendo que Maluf não havia
dado "demonstração efetiva de
lealdade durante a campanha".
Era uma referência à afirmação,
feita por Maluf no horário eleitoral, de que Pitta havia começado
muito mal na prefeitura. O distanciamento se tornou ainda maior
depois que Pitta demitiu, no ano
passado, dois dos principais colaboradores da gestão Maluf: Reynaldo de Barros (secretário de Vias
Públicas e Serviços e Obras) e Edevaldo Alves da Silva (Governo).
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