São Paulo, Sexta-feira, 26 de Março de 1999
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Entrada na política ocorreu em 95

da Redação

Criação de Paulo Maluf, que o nomeou secretário das Finanças e depois o indicou como seu sucessor, o carioca Celso Roberto Pitta do Nascimento, 52, primeiro filho do comerciante de automóveis Vitor Pitta do Nascimento e da professora de desenho Zuleika da Rocha Pitta do Nascimento, não tem passado político.
Escolhido para cuidar do cofre da prefeitura, em 1992, por suas qualidades profissionais (era uma pessoa de "ultraconfiança" da família, nas palavras de Paulo Maluf), Pitta só havia participado de uma eleição na vida. Em chapa única, fora eleito síndico do prédio onde morava.
Introvertido, reservado, quieto, discreto. São esses os adjetivos usados por amigos para definir o prefeito. Alguns arriscam uma explicação para o temperamento de Pitta: criado com os confortos oferecidos por uma família de classe média, ele sempre frequentou, em posição minoritária, ambientes dominados por brancos -nas escolas, nas universidades e nos postos de trabalho que ocupou.
Em sua turma na Faculdade de Economia e Administração da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), por exemplo, havia dois negros entre os 50 alunos.
Pitta passou pela UFRJ entre 1965 e 1968. Em plena efervescência política e cultural, ele é lembrado por seus colegas como uma pessoa extremamente dedicada ao curso e ao futuro profissional.
Pitta integrava um grupo de estudos que, após as aulas, se reunia em casa para aprofundar as discussões acadêmicas.
Em 1969, Pitta vai trabalhar na subsecretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento. Em 1971, com licença remunerada do Ministério do Planejamento, conclui, na Universidade de Leeds, na Inglaterra, o mestrado em economia dos transportes, defendendo tese sobre a estrada Transamazônica. Casa-se, em Londres, com Nicéa Camargo.
Em março de 1987, muda-se para São Paulo, onde ocupa o cargo de diretor financeiro da Eucatex, empresa da família Maluf. O convite para o cargo foi feito por Roberto Maluf, irmão de Paulo Maluf. No penúltimo dia de 92 é convidado pelo então prefeito eleito Paulo Maluf para o cargo de secretário das Finanças do município. Em 1995, por sugestão de Maluf, filia-se ao PPR, que posteriormente viraria o PPB. No final do ano, também estimulado pelo prefeito, lança-se pré-candidato à disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Ao lado de outros pré-candidatos, Pitta se submete a uma série de testes e pesquisas e, em abril de 96, é escolhido por Maluf como o seu candidato à prefeitura. Aparece nas primeiras pesquisas eleitorais com 2%, 3% das intenções dos votos. No dia 3 de outubro, obtém mais de 48% dos votos válidos.


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