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Comunitárias cortam bolsas e reajustam mensalidades em abril
da Folha Campinas
Com o fim da isenção fiscal, a
partir de 1º de abril, que era garantida às entidades filantrópicas, diversas universidades estão programando aumentos de mensalidades
e cortes de bolsas. São os casos da
PUC-Campinas, da Universidade
Católica de Brasília e da Universidade Mackenzie, de São Paulo.
Entre as prejudicadas estão as
chamadas universidades comunitárias. São 32 em todo o país, responsáveis pelo atendimento de
320 mil alunos -cerca de um
quarto das matrículas na rede privada de ensino superior no Brasil.
A partir de abril, elas terão de
passar a recolher sua parcela referente à contribuição de seus funcionários para a Previdência Social, o que deve implicar um aumento entre 20% e 25% das despesas das comunitárias. Atualmente,
elas são isentas.
A Universidade Católica de Brasília decidiu cortar 80% das cerca
de 3.300 bolsas que oferece -de
ensino fundamental à pós-graduação-, estuda aumentar as mensalidade entre 15% e 17%, além de
passar a manter seu programa de
alfabetização de jovens e adultos
apenas com professores voluntários. "É lamentável, mas vamos ter
de repassar para os alunos o que
teremos de remeter ao governo",
diz o reitor Guy Capdeville.
A Universidade Mackenzie terá
de cortar 7.800 bolsas de um total
de 10 mil. Tratam-se de bolsas parciais, que, pela nova lei, provavelmente não poderão ser abatidas do
total recolhido para a Previdência.
O valor correspondente às bolsas
equivale a 15% da arrecadação, diz
Pedro Klassen, diretor educativo.
A nova lei ainda não foi regulamentada, mas a interpretação que
o Ministério da Previdência Social
vem fazendo dela apenas prevê o
abatimento do valor total a ser recolhido das bolsas integrais.
A Abruc (Associação Brasileira
das Universidades Comunitárias)
não concorda com essa leitura da
lei e pode entrar na Justiça, caso essa interpretação prevaleça. Também está prevista uma manifestação em Brasília no início de abril,
reunindo alunos, professores e
funcionários.
A PUC-Campinas (Pontifícia
Universidade Católica de Campinas) foi a primeira a anunciar aumento de mensalidade por causa
da nova lei, mas pode negociar o
percentual do reajuste em reunião
marcada para segunda-feira.
No final do ano passado, a PUC
aprovou o reajuste de 16%, em média, de todos os cursos. A decisão
de rever o aumento foi tomada
após uma manifestação de 200 estudantes, anteontem, em frente à
reitoria da universidade.
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