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Procuradoria deve receber denúncia
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário da Segurança do
Rio, Josias Quintal, anunciou que
entregará hoje à Procuradoria Geral do Estado uma lista de políticos com mandato, empresários e
policiais que estariam envolvidos
com o narcotráfico, conforme relato do traficante Fernandinho
Beira-Mar ouvido na Colômbia.
Promotores do Ministério Público avaliaram que pode ser criada uma comissão para investigar
as denúncias.
O procedimento seria o mesmo
adotado para investigar as denúncias do ex-coordenador de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares contra a "banda podre" da polícia, no ano passado.
A investigação deu poucos resultados porque a comissão não
tinha poder para quebrar os sigilos bancário e fiscal dos acusados.
Ontem, em Brasília, Beira-Mar
negou a deputados federais que
tenha fornecido lista com nomes
de envolvidos com o narcotráfico,
segundo o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da
Comissão de Direitos Humanos.
Quintal se negou a citar nomes
da suposta lista, mas afirmou que
esteve com Beira-Mar duas vezes
na Colômbia. O primeiro encontro com o traficante foi no domingo na Base Aérea de Catán e o outro ocorreu na segunda na Fiscalía
General de La Nacíon, em Bogotá.
Nas duas ocasiões, segundo
Quintal, o traficante teria repetido
denúncias contra políticos e policiais federais que fez na CPI do
narcotráfico, mas teria citado novos nomes.
Testemunhas
Além do secretário da Segurança do Rio, teriam ouvido as acusações de Beira-Mar o delegado adjunto da DAS (Delegacia Anti-Sequestro), Fernando Moraes, e o
assessor de gabinete do secretário, o major da Polícia Militar Rogério Seabra Martins.
Quintal se irritou ao ser questionado pelos jornalistas sobre as declarações dos adidos da Polícia
Federal na Embaixada brasileira
em Bogotá, que negaram a existência das denúncias.
"Não vou ficar batendo boca
com autoridades menores. Estive
com Fernandinho Beira-Mar
duas vezes na Colômbia, conversamos amplamente e de forma reservada. Ele (Beira-Mar) citou os
nomes de pessoas, empresas, autoridades, policiais, e me reservo
o direito de não citar esses nomes
porque se trata de um criminoso", afirmou Quintal.
Ele negou que a exoneração do
ex-chefe de Polícia Civil do Rio
Rafik Louzada e do inspetor de
polícia Fernando Barbosa, na noite de terça-feira, tivessem ligação
com as denúncias de Beira-Mar.
Local da pena
Quintal e os promotores do Ministério Público do Rio afirmaram que "Beira-Mar não pertence
ao governo do Rio" e que não haverá "angústia" ou disputa com
qualquer outro Estado pela custódia do traficante.
"O local para o cumprimento da
pena depende do entendimento
entre os juízes da Vara Criminal
de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, e
da 12ª Vara Criminal de Belo Horizonte, que o condenaram", disse o coordenador da 3ª Central de
Inquérito de Duque de Caxias,
Márcio Nobre, que investiga Beira-Mar desde outubro de 1999.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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