LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O funcionário do Tribunal de Justiça do Distrito Federal Hélio Garcia Ortiz, acusado pela Polícia Civil de ser o líder do grupo envolvido no esquema de fraudes de concursos públicos, disse, durante seu depoimento, atuar desde 1981, inclusive na adulteração de vestibulares de instituições particulares de ensino superior.
Segundo o delegado Celso Ferro, do Departamento de Atividades Especiais, Ortiz confessou integrar uma quadrilha que frauda concursos no DF e em outros Estados, como Mato Grosso.
Ortiz se entregou anteontem, após ter mandado de prisão expedido na Operação Galileu, desencadeada no último domingo durante o concurso público para agente penitenciário federal.
O advogado Weber Teixeira da Silva Neto, que representa Ortiz, confirmou que ele confessou fraudar processos seletivos. O depoimento durou dez horas.
Até o início da noite de ontem, 82 pessoas foram presas acusadas de envolvimento no esquema de fraude. Dessas, 50 foram liberadas. Havia outros 22 mandados a serem cumpridos, sendo seis deles de pessoas acusadas de fazer parte da quadrilha. O restante são candidatos beneficiados.
Entre os presos estão policiais e funcionários do Tribunal de Justiça do DF. Dos 14 servidores, pelo menos seis confirmaram ter pago para receber o gabarito da prova, em 2003. A mulher e a filha de Ortiz também estão presas.
O tribunal decidiu ontem afastar todos os servidores envolvidos nas denúncias, inclusive Ortiz e sua filha, até o fim do processo administrativo. Se ficar comprovado que eles foram beneficiados, poderão ser exonerados.
Ortiz prestou o concurso de fiscal tributário de Mato Grosso, realizado em 2002, sendo aprovado. Seu nome está entre os 38 convocados para assumir o cargo.
Os acusados pelas fraudes responderão a processo por estelionato e formação de quadrilha.
O delegado Celso Ferro informou ainda que, durante o depoimento, Ortiz confirmou ter "atuado" no concurso público ocorrido no último domingo.


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