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Juiz abre processo contra vereador e outros oito acusados da máfia
da Reportagem Local
O juiz Rui Porto Dias, da 8ª Vara
Criminal de SP, aceitou ontem a
denúncia (acusação formal) oferecida pelo Ministério Público contra o vereador Vicente Viscome
(sem partido) e outros oito acusados de participação na rede de corrupção da Regional da Penha.
Isso significa que Viscome e os
demais acusados passam a ser réus
em um processo criminal no qual
respondem por formação de quadrilha e concussão (utilizar cargo
para exigir vantagem indevida).
Todos os interrogatórios estão
marcados para o próximo dia 4,
das 9h às 15h30, mas podem ser
adiados para o dia 11 devido ao feriado de Corpus Christi (dia 3).
A denúncia havia sido oferecida
pelos promotores em 13 de abril. A
demora ocorreu, porém, porque
os acusados são funcionários públicos, o que lhes garante o direito
de apresentar uma defesa prévia
antes que qualquer juiz decida se
vai ou não processá-los.
Além de Viscome, são réus no
processo: Tânia de Paula (ex-assessora e namorada do vereador),
Ivan Márcio Gitahy, Vladimir Augusto Ferreira e Fernando Martins
Capitão (seus ex-assessores), Oswaldo Morgado da Cruz (ex-regional), Pedro Antônio Saul (ex-supervisor de Serviços Públicos),
Fernando Garcia Lepper (ex-supervisor de Uso e Ocupação do Solo) e a engenheira Eliani Bittante.
Outras nove pessoas haviam sido
denunciadas pelo Ministério Público, mas elas não apresentaram
suas defesas prévias e o processo
foi desmembrado.
A decisão visa acelerar o julgamento do caso dos réus que estão
presos -Gitahy, Lepper, Capitão
e Viscome. Oswaldo Morgado
continua foragido.
Defesas
Em seu despacho, o juiz Rui Porto Dias faz um breve resumo das
defesas já apresentadas pelos advogados dos nove réus.
A mais curiosa delas é a de Tânia
de Paula. Segundo o juiz, o advogado de Tânia, Gilberto Saad, pede
que as declarações de sua cliente
sejam impugnadas pela Justiça.
Saad sustenta que a confissão de
Tânia foi obtida pela "quebra de
sua resistência moral", já que foi
presa em cela comum, submetida a
diversas horas de interrogatório e
atraída pelo benefício da delação
premiada, que não foi contemplado pelos promotores na denúncia.
Pedro Antônio Saul afirmou que,
sob risco de vida, foi obrigado a se
adequar a um esquema previamente montado. Ele disse ainda
que nada exigiu, descaracterizando a concussão da qual é acusado.
Nas defesas dos demais réus, de
acordo com o relato do juiz, os
acusados seguem negando qualquer participação no esquema.
Os sete afirmam que não há descrição detalhada de suas participações na suposta quadrilha nem
provas materiais dos crimes.
(SÍLVIA CORRÊA)
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