São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Em nota, governo do Rio acata proposta de FHC de que o ministro da Justiça coordene a força-tarefa contra a violência

Benedita recua e aceita coordenação federal

Bel Pedrosa/Folha Imagem
Janelas quebradas do prédio atacado no Rio


DA SUCURSAL DO RIO

O governo estadual informou ontem à noite que a governadora Benedita da Silva (PT) aceitou a proposta do presidente Fernando Henrique Cardoso de que o ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, assuma a coordenação de uma força-tarefa federal de combate à violência no Rio.
De acordo com a nota divulgada pelo governo do Rio, Benedita tem hoje às 16h, em Brasília, uma reunião com o ministro da Justiça para tratar da questão.
Ao aceitar a proposta de FHC, Benedita recua em relação à postura adotada anteriormente. No mês passado, dois dias após o atentado à Secretaria de Direitos Humanos do Rio, Reale ofereceu ao Estado a criação de uma força-tarefa com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita e Forças Armadas.
A princípio, ela e o secretário estadual da Segurança, Roberto Aguiar, rejeitaram a idéia. A seguir, aceitaram a criação da força-tarefa, mas desde que um representante do governo estadual coordenasse o grupo. Agora, aceitaram Reale na coordenação.
Na nota, o governo estadual informa que a governadora apresentará um projeto com "um conjunto de itens e medidas". "Concordamos com a coordenação do ministro da Justiça, mas gostaríamos de tratar da operacionalização das ações", diz o texto.
Benedita e FHC conversaram por telefone pouco antes das 21h de ontem, segundo o comunicado. Ainda de acordo com a nota, eles já haviam conversado em um telefonema às 18h, quando o presidente teria apresentado "uma série de medidas", sendo que "muitas delas" já "faziam parte dos ofícios enviados" por Benedita ao ministro da Defesa, Geraldo Quintão, no dia 21 de maio.

Transferência de presos
À tarde, Benedita tinha pedido ao governo federal a transferência dos principais chefes do tráfico para presídios em outros Estados.
Um dia depois do atentado contra a Prefeitura do Rio, em entrevista após reunião com a cúpula da segurança e com representantes de órgãos federais que integram a força-tarefa, Benedita classificou o momento como "extremamente delicado".
"É inaceitável essa situação. Ela já chegou a um limite em que temos de agregar todas as forças."
Na mesma ocasião, a governadora, que nem aceitava a denominação de "força-tarefa", apelou ao presidente por uma intensificação das ações do grupo, com mais participação das Forças Armadas, da Receita e do Banco Central.
A governadora anunciou ainda que pedirá ao Tribunal de Justiça do Rio a designação de um juiz para integrar a força-tarefa.



Texto Anterior: Estranhos no paraíso: Acidente mata 7 imigrantes ilegais, um deles brasileiro
Próximo Texto: Maia quer a demissão de secretário
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.