São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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Maia quer a demissão de secretário

DA SUCURSAL DO RIO

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), radicalizou na disputa política com o governo do Estado e pediu ontem a demissão do secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Aguiar, que classificou de "desequilibrado" e "incompetente".
O secretário reagiu com ironia às declarações do prefeito, afirmando que respeita as pessoas "meio doentes". De acordo com o secretário, ao criticá-lo, Cesar Maia está fazendo "uma projeção" de si mesmo. "É uma projeção dele. É uma pessoa muito instável. Eu respeito muito as pessoas meio doentes. Não tem problema", afirmou Aguiar.
Maia acusou o governo do PT de querer implantar no país um modelo de segurança pública que tem falhado no Rio de Janeiro.
"Eu acho que o secretário Roberto Aguiar não tem equilíbrio emocional e não tem competência como secretário da Segurança. Troque o senhor Roberto Aguiar enquanto é tempo, porque são as nossas vidas, é a vida da população do Rio que está em risco", afirmou o prefeito, em mensagem endereçada à governadora do Estado, Benedita da Silva (PT).
O prefeito afirmou também que o tráfico de drogas tem no Rio de Janeiro um exército de "10 mil homens em armas". Maia não informou, porém, qual era a origem dessa informação.
O secretário da Segurança Pública questionou a estatística de Maia sobre os traficantes: "Esse senhor é interessante porque cria números de uma hora para outra. Eu não conheço nenhuma pesquisa mais séria que tenha isso. Acho que pela manhã ele teve uma iluminação que eu, um pobre cidadão, não tenho".
Roberto Aguiar afirmou também que o prefeito está tentando politizar o atentado à sede administrativa da prefeitura, anteontem. "A prefeitura já muitas vezes foi atacada, e algumas mais ferozmente. É surpreendente que, naquela época, ninguém pediu o estado de defesa. Isso é politizar", afirmou o secretário.
Em 2000, uma carta-bomba explodiu na ante-sala do gabinete da Secretaria Municipal de Administração. Duas funcionárias ficaram feridas. O prédio da prefeitura também já foi alvo de balas perdidas em 1999.



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