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URBANISMO
Ministério Público entrou com ação para impedir obra no Ibirapuera; prefeitura irá recorrer se liminar for concedida
Promotoria vai à Justiça contra auditório
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois meses de negociação,
a polêmica em torno da construção do auditório no Ibirapuera
chegou à Justiça. Ontem, o Ministério Público Estadual entrou
com uma ação civil pública no
Tribunal de Justiça de São Paulo
para impedir a obra. A ação inclui
um pedido de liminar, para que a
construção não possa ser realizada durante o processo.
A Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente disse que aguardará a
decisão da Justiça e que irá recorrer caso a liminar seja concedida.
Por enquanto, a prefeitura está
depositando suas expectativas em
uma regulamentação complementar de tombamento, que pode ser emitida na próxima semana pelo Condephaat (Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico,
Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
O novo texto, proposto pelo
presidente do Condephaat, José
Roberto Melhem, tem como objetivo deixar clara a permissão da
obra. O Ministério Público e o
Condephaat possuem interpretações distintas da resolução atual.
Para os promotores, a obra é ilegal devido a um artigo da resolução que impede o aumento da
área construída dentro do parque. Já para o Condephaat, o auditório faz parte do projeto original do parque, do arquiteto Oscar
Niemeyer na década de 50.
A proposta da resolução complementar será apresentada ao
colegiado do Condephaat na próxima segunda-feira. Caso seja
aprovado, o texto será encaminhado à secretária estadual de
Cultura, Cláudia Costin.
Porém, para o promotor Luiz
Antônio de Souza, autor da ação,
o novo texto não invalida o processo. Para ele, além do tombamento, há três outros fundamentos na ação da Promotoria: a ausência de estudo de impacto ambiental, a necessidade de uma lei
modificadora que autorize a
construção e a falta de uma licitação para a obra.
O auditório, estimado em R$ 20
milhões, será doado pela TIM e a
empresa terá o direito de usar sua
marca no local.
"A TIM poderá fazer publicidade lá, então há uma contraprestação. Em princípio, isso seria um
contrato, que demandaria uma licitação", afirmou Souza.
Mas, para o secretário Adriano
Diogo (do Verde e do Meio Ambiente), como a implantação do
auditório não causará impactos
ambientais negativos relevantes,
o projeto não se enquadra nas exigências legais de licenciamento
ambiental. Por isso, não é obrigatória a realização de um Estudo de
Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto sobre o Meio Ambiente.
O secretário também descartou
a necessidade de alterar a lei.
"Não precisa de lei para construir
um prédio que já está projetado."
Quanto à TIM, Diogo disse que
não há nenhuma exigência por
parte da empresa para a doação.
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