|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hoje, criminoso com cargo de "sintonia" articula as ações do grupo em presídio
DO ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE
VENCESLAU
Ao se utilizar da mesma estratégia almejada por juízes e
promotores, que defendem o
fim da obrigatoriedade de identificação de quem atua juridicamente contra o crime organizado, o PCC criou dentro da sua
hierarquia a função do "sintonia", um criminoso encarregado de administrar as ações do
grupo. Além de ter função administrativa, ele retransmite
ordens para crimes -como
ocorreu em maio, durante a
afronta da facção ao Estado.
Dentro do sistema prisional,
o "sintonia" é o criminoso pouco conhecido pela diretoria de
prisão onde está e que, para evitar que outros presos o denunciem em troca de benefícios
junto aos funcionários do presídio, não deixam que sua real
função na facção apareça.
"Sintonia" é o criminoso sem
rosto, que só age dentro de sua
cela quando está ao lado de pessoas de sua confiança e que,
diante da descoberta de sua
função elas têm o aval da liderança máxima do PCC para assumir a função imediatamente.
Os "sintonias" estão divididos por regiões do Estado. Alguns deles têm a incumbência
de cuidar de que acontece em
até 35 unidades prisionais -caso da região Oeste paulista, onde estão cerca de 32 mil detentos. Sem o aval dos "sintonias",
que também têm o dever de retransmitir os "salves" (ordens)
aos soldados do PCC, dentro ou
fora dos presídios, nada ocorre.
Eles também cuidam de rifas,
bingos e da organização de festas para os parentes de presos
dentro das penitenciárias.
Interceptado recentemente,
o "salve" mais recente de um
"sintonia" do PCC dá conta de
que a paz nos presídios só será
mantida se as prováveis transferências de líderes do grupo
para o presídio federal de Catanduvas (PR), inaugurado na
sexta-feira, não se concretizem.
Texto Anterior: Promotor público vive sob ameaça e medo Próximo Texto: Antibióticos sem registro estão à venda Índice
|