São Paulo, sexta, 26 de junho de 1998

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IC analisa balas achadas com promotor

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

O IC (Instituto de Criminalística) está comparando 39 cápsulas de balas deflagradas de calibre 380 apreendidas na casa do promotor Igor Ferreira da Silva, 31, com as duas do mesmo calibre achadas ao lado do corpo de sua mulher, a advogada Patrícia Aggio Longo, 27.
O objetivo dos peritos é saber se as cápsulas das balas foram disparadas pela mesma pistola semi-automática. Esse é o principal laudo esperado pelos investigadores do assassinato de Patrícia.
A advogada, que estava no oitavo mês de gestação, foi morta com dois tiros na cabeça, no último dia 4 de junho, no condomínio Shangrilá, em Atibaia (65 km ao norte de São Paulo).
Na versão do promotor, um homem abordou sua picape, mandou-o descer, entrou no carro, sequestrou sua mulher e a assassinou. "Meu cliente sofreu uma perda enorme. Ele não pode ser desmoralizado", disse o advogado de Igor, Roberto Grassi.
O exame dos peritos irá comparar a marca deixada pelo cão da arma (espécie de gatilho que dispara as balas) nas cápsulas ao dispará-las. Cada cão deixa uma marca particular.
As cápsulas estão sendo analisadas por um microscópio eletrônico. Os exames poderão terminar nesta semana.
As cápsulas foram apreendidas no último sábado. Os policiais as encontraram durante uma operação autorizada por um mandado de busca e apreensão expedido pelo Tribunal de Justiça. O objetivo do mandado era achar provas relacionadas ao crime.
Naquele dia, o promotor e seu irmão, o advogado Eger Ferreira da Silva, foram presos em flagrante sob a acusação de portar ilegalmente uma arma de uso privativo das Forças Armadas, uma pistola calibre 9 mm. Ambos foram soltos anteontem pela Justiça.

Camisa
Além das cápsulas, os peritos do IC também estão examinando uma camisa manchada e uma mala, apreendidas na casa de Igor.
Os peritos não acharam nenhum vestígio de chumbo e cobre na camisa. A presença desses metais indicaria que a pessoas que usou a roupa disparou uma arma de fogo.
O IC também examinará as manchas a fim de saber se são manchas de sangue. O resultado desse exame, requisitado pela Procuradoria Geral de Justiça, ainda não está pronto.
A mala também será alvo de análise para saber se nela existem resíduos de chumbo e de cobre. A mala estaria no interior da picape do promotor no dia do crime.
A procuradoria enviou ainda ao IC fotografias do promotor tiradas no dia do crime para descobrir se o terno que ele estava usando é o mesmo que foi apreendido.



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