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Laboratório da pílula diz não temer blitz
CARLA CONTE
da Reportagem Local
A direção do laboratório Schering do Brasil, que produz a pílula
Microvlar, afirmou ontem não temer nova vistoria de técnicos da
Vigilância Sanitária, que deve começar hoje.
Anteontem o ministro da Saúde,
José Serra, determinou a interdição da empresa por cinco dias, por
causa das pílulas de farinha que
chegaram ao mercado após suposto roubo de mercadoria. A medida
foi tomada depois que a Vigilância
de São Paulo autorizou a colocação no mercado de novos lotes da
Microvlar em nova embalagem.
"Entendemos que, se o ministro
quer se certificar de quais são as
condições de nossa empresa, ele
está certo, está no papel dele",
afirma Sandra Abrahão, diretora
médica do laboratório.
De acordo com Sandra, a empresa não sabe informar quantas cartelas com pílulas de farinha chegaram de fato às farmácias. Essas pílulas, produzidas para fazer teste
em nova máquina de embalagem,
saíram do local como resíduo industrial para incineração.
A empresa confirma que houve
algum problema, mas não sabe dizer qual foi. Segundo a empresa,
uma equipe técnica acompanhou
todo o processo -desde o teste
das embalagens até a incineração- e afirmou não ter sido percebida nenhuma irregularidade.
"Ainda é um mistério como as
pílulas chegaram às farmácias",
afirma Sandra. No último dia 19,
foi aberto um inquérito policial
para investigar o suposto extravio
da mercadoria.
A empresa recebeu uma carta
anônima no dia 20 de maio, com
um cartela de pílulas, dizendo que
anticoncepcionais ineficazes podiam estar no mercado. Após análise, verificou-se que aquela pílula
pertencia ao lote usado no teste.
No dia 1º de junho, uma consumidora ligou, alegando ter ficado
grávida enquanto usava o anticoncepcional, mas a Vigilância só
foi informada do caso no dia 20,
após reportagem da TV Globo.
Segundo a Vigilância, a empresa
deveria ter comunicado o problema antes. O laboratório alega que
demorou para notificar o caso por
causa dos testes que estava fazendo para verificar se a pílula era do
lote das feitas com farinha. O laboratório já foi autuado e pode receber multa de até R$ 2 mil.
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