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MASSACRE EM FRANCISCO MORATO
Corregedoria encontra pistolas suspeitas na casa dos dois soldados que estão presos
Chefia da PM em Franco da Rocha pode cair
da Reportagem Local
O comando geral da Polícia Militar de São Paulo poderá realizar
mudanças no comando do 26º batalhão, responsável pelo policiamento de Franco da Rocha (Grande SP) e também de Francisco Morato, onde uma chacina, na madrugada do último dia 17, deixou
11 pessoas mortas.
Até o momento, a principal suspeita a respeito dos autores do crime, tanto da Corregedoria da PM
como da Polícia Civil, recai sobre
policiais militares.
A Folha apurou junto a oficiais
que a queda de todo o comando
do 26º batalhão é quase certa. O
que se espera, no entanto, é o desenrolar das investigações.
Desde quando o caso estourou,
cinco soldados foram afastados
dos seus postos. Dois estão presos
temporariamente no presídio Romão Gomes (Alexandre Gomes e
Antonio Acyr Camargo). Um terceiro está preso administrativamente (Renato Augusto Flores). O
quarto soldado (Pedro Imar Machado) está cumprindo expediente na corregedoria. O quinto PM
(José Expedito Fernandes) ficou
preso administrativamente durante quatro dias, mas foi liberado
após apresentar diversos álibis.
As maiores suspeitas recaem sobre Gomes e Camargo. Eles foram
reconhecidos por duas testemunhas como os autores do assassinato do pintor Marcos Antônio
Andrade, no dia 22 de fevereiro.
Andrade era namorado de
Evelyn Aparecida Abrahão Zenan,
uma das 11 pessoas mortas no
massacre ocorrido no interior do
bar Ponto de Encontro.
Evelyn era a principal testemunha do assassinato do namorado.
A hipótese mais provável para a
chacina seria queima de arquivo.
Segundo depoimento da testemunha-chave da chacina, Sandroval Marques, que está foragido,
um dos atiradores seria uma pessoa branca, alta, magra e de olhos
verdes. De acordo com a corregedoria, a descrição bate com as características de Gomes e Camargo.
Para piorar a situação dos soldados, que se recusam a dar entrevistas, durante as buscas realizadas pelos policiais do serviço reservado da PM na casa dos dois foram encontradas duas pistolas
380, o mesmo de um dos quatro
tipos diferentes de calibres usados
no massacre. "A coincidência do
mesmo calibre aumenta a suspeita
contra eles", declarou o major
Antonio Carlos Biagioni, porta-voz do comando geral da PM.
As duas pistolas mais as duas armas da corporação apreendidas
com Gomes e Camargo foram enviadas para o IC (Instituto de Criminalística). Segundo a PM, foram requisitados exames de balística do assassinato de Andrade e
também da chacina. As duas testemunhas que reconheceram os
PMs, segundo o promotor Adalberto Denser de Sá Júnior, estão
sendo ameaçadas.
(CRISPIM ALVES)
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