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JOGO
Polícia fecha bingo ilegal que funcionava em praça pública
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Policiais do 101º DP (Jardim das
Imbuias) fecharam ontem um
bingo a céu aberto que funcionava
na praça José Boemer Roschel, na
Vila São José, na zona sul da cidade de São Paulo.
Segundo o delegado Oswaldo
Ortega Medina, titular do 101º DP,
foi a terceira vez em menos de um
ano que ele "fechou" o bingo.
"Eles acabam voltando", disse.
O camelô Reinaldo Ferreira de
Santana, 48, representante do bingo, disse à Folha que todo o lucro
é destinado para a Associação Beneficente Lírio dos Vales, cuja
principal atividade é a doação de
cestas básicas para favelados.
Santana admitiu que o bingo é
irregular. "É irregular, mas é para
uma boa causa."
A reportagem da Folha esteve no
bingo na última segunda-feira.
Não havia no local nenhuma placa
ou faixa indicando que a renda do
bingo é destinada para a entidade.
Às 15h, cerca de 30 pessoas apostavam já na 26ª partida do dia. O
bingo paga prêmio mínimo de R$
10 por rodada. A aposta custa R$ 1.
A presidente da associação, Laudicéia Américo de Mello, 49, confirmou que toda a receita da entidade, que funciona em sua casa,
vem do bingo. As doações mensais
variam de R$ 600 a R$ 1.000.
Segundo Laudicéia, o bingo não
é da associação. "O bingo é particular. Eu os autorizei a trabalhar
usando o nome da associação."
Independentemente da boa causa, segundo o promotor Gabriel de
Inellas, do Serviço Auxiliar de Informação do Ministério Público, o
bingo fere a lei federal 9.615, de
março deste ano. Segundo o artigo
75 da lei, é crime a promoção de
bingo irregular. A pena é de 6 meses a 2 anos de prisão.
Pela lei, só podem explorar bingos empresas associadas a federações e clubes esportivos com autorização do Ministério da Fazenda.
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