São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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BARBARA GANCIA

Vergonha na cara está em falta no mercado

O leitor assíduo se lembra de que, na última sexta-feira, esta coluna falou da patotinha de um clube de tênis da cidade, que mesmo em face dos recentes acontecimentos, achou por bem continuar mantendo como conselheiro o senhor Fábio Monteiro de Barros, aquele sujeito com pinta de janota que é acusado do desvio de R$ 169 milhões da obra do TRT.
Pois, você quer rir? No dia seguinte à publicação da coluna, recebi o e-mail de um sócio do tal clube dizendo que não se deve chutar cachorro morto. Não é uma pândega?
Além de os cães não merecerem comparação tão cruel, me parece que quem está mais para cachorro morto nessa história somos nós, que provavelmente nunca mais veremos a cor daquela grana, que era nossinha da silva.
Ainda estava com o cachorro morto entalado na goela quando resolvi assistir, no domingo, ao programa da Ruby Wax, no Multicanal.
Você conhece a Ruby Wax? Ela é uma espécie de Bucicleide "made in U.S.A.", que comanda um programa de entrevistas na TV inglesa.
No domingo, foi exibida a entrevista que ela fez com O.J. Simpson, o ex-jogador de futebol americano. Anos atrás ele foi absolvido da acusação de matar a mulher, em um julgamento assistido diariamente na TV por milhões de pessoas ao redor do mundo.
A certa altura da entrevista, Ruby Wax telefona para vários restaurantes de Los Angeles tentando reservar uma mesa para o jantar em nome de O.J. Simpson. Lembre-se de que O.J. foi absolvido. Mesmo assim, nenhum, repito, nenhum restaurante aceitou a reserva em seu nome.
E o que seria se O.J. fosse brasileiro? Você tem alguma dúvida de que ele iria comer onde quisesse, na hora em que bem entendesse?
Ué, o Ricardo Mansur não está foragido depois de lesar meio mundo e, mesmo assim, seu filho, que tinha cargo de direção no Mappin, não é aplaudido como se nada fosse na passarela dos desfiles do Morumbi Fashion?

Raciocine comigo: o contrabando de armas via fronteira do Paraguai é um dos maiores fomentadores da criminalidade, não é? Então, por que raios, em vez de se concentrar no grave problema, a Polícia Federal fica perdendo tempo e dinheiro para investigar se o Ronaldo gastou ou não mais de US$ 500 em compras durante a Copa América?
Se eles têm tanta disponibilidade assim, por que as armas continuam entrando?

QUALQUER NOTA

Calúnia
Se jornalista fosse bom de números, seria publicitário e ganharia bem mais. Não é que saiu publicado que o Pitta torrou a fortuna de R$ 147 milhões por uma limpeza da cidade que não ocorreu? Conhecendo a seriedade do Pitta como conhecemos, está na cara que alguém pôs a vírgula no lugar errado, né, não?

Se apruma, SBT!
Os loucos por motores já têm uma alternativa para os compactos mal editados da Cart: assistir ao campeonato de stock car na Globo. Além de ver os melhores pilotos brazucas em ação, você ainda brinca de videogame.



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