|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo ameaça laboratórios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para convencer a indústria farmacêutica a aderir ao protocolo
de intenções anunciado ontem, o
governo ameaçou retaliar os laboratórios. E também prometeu racionalizar o processo de tributação relacionado a medicamentos.
Os negociadores dos ministérios convenceram os fabricantes
de remédios a desistirem dos aumentos e a aceitarem congelar os
preços com três argumentos hipotéticos:
1) implementar um sistema de
regulação do mercado sem consultar os fabricantes. Ou seja, o
governo federal faria o que acreditasse ser melhor, sem ouvir as
indústrias do setor;
2) controlar os preços de remédios. Os fabricantes perderiam a
liberdade de fixarem seus preços;
3) abrir processos na SDE (Secretaria de Direito Econômico)
por prática de abuso de poder
econômico contra as indústrias
farmacêuticas.
Aumento
A Folha apurou que os laboratórios estão entrando nesse acordo com o governo certos de que, a
partir de 31 de dezembro, poderão fazer aumento linear nos preços de seus remédios.
Outra frente de possíveis retaliações por parte do governo seria
a ação de fiscalização da própria
Receita Federal.
Os representantes dos ministérios deixaram claro para os industriais, desde o começo, que o governo vai desenhar um sistema de
regulação para o setor.
Os empresários do setor teriam
duas opções: sentar na mesa para
conversar formas de regular ou
aceitar a imposição do governo.
Preferiram conversar, disse um
dos negociadores.
O governo também prometeu
racionalizar mais o processo de
tributação. Mas, segundo Cláudio
Considera, secretário de Acompanhamento Econômico, possíveis reduções de carga tributária
vão ser totalmente repassadas para o consumidor.
Considera afirmou que reduções de preço devidas à diminuição dos impostos beneficiarão as
indústrias por meio da ampliação
do mercado.
ICMS
Um dos impostos que o governo deve modificar é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Segundo Geraldo Biasoto, secretário de Gestão e Investimento
da Saúde, o ICMS sobre os medicamentos é muito confuso.
De acordo com Biasoto, a revisão desse imposto poderá permitir um aumento de arrecadação,
com diminuição da alíquota, se
for desenhado um modelo que dificulte a sonegação.
(ANDRÉ SOLIANI E RUI NOGUEIRA)
Texto Anterior: Paciente critica atendimento de clínica Próximo Texto: Meio ambiente: Óleo polui de novo a baía de Guanabara Índice
|