|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Juíza deu pena isolada para cada ato contra criança
Acusado de torturar menina de três anos é condenado a 172 anos
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Marcelo Moacir Borelli, acusado de assaltos, sequestros e tráfico
de armas, foi condenado ontem
no Paraná a 172 anos de prisão,
por torturar uma menina de três
anos. O crime foi no ano passado
e chegou a ser gravado em vídeo
pelo próprio Borelli.
A sentença foi dada pela juíza Ilda Eloísa Corrêa. Borelli não participou do julgamento. Acusado
de comandar o sequestro de um
Boeing da Vasp, desviado de Foz
do Iguaçu para o norte do Paraná
(quando foram roubados R$ 5
milhões do Banco do Brasil), ele
está preso em Brasília.
A juíza acatou os argumentos
do promotor, Francisco Zacoletti,
que relacionou cada ato violento
contra a criança como um caso
para condenação isolada.
Ela condenou o réu numa "sentença fechada" -o juiz define a
sentença a partir da análise dos
autos, sem a presença das partes.
Em conjunto com a Polícia Federal, a Justiça decidiu que não
haveria segurança para a transferência do preso ao Paraná.
Para a acusação, foram 21 os
atos de tortura. Borelli foi condenado a oito anos para cada um
dos 20 primeiros atos. Para o 21º,
a condenação foi mais 12 anos.
A tortura chegou a ser exibida
na TV depois de Borelli ter sido
preso em flagrante pela PF por
contrabando de armas.
Pelo contrabando, Borelli foi
condenado, em 26 de junho, a
cinco anos e meio de prisão.
O advogado Júlio Militão da Silva, que representa o réu, disse que
vai pedir a anulação da sentença.
"Foi um ato uno de tortura continuada. A pena foi uma exacerbação." Outro argumento de Militão
é a ausência do réu.
Texto Anterior: Crime: Brasileiros são presos no Japão acusados de assaltar uma mulher Próximo Texto: Crise na segurança: Planalto destina R$ 75 mi para policiais Índice
|