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RETRATO DO BRASIL
Rendimento médio dos idosos chefes de domicílio cresceu 63% entre 91 e 2000, contra 41,9% do outro grupo
Evolução da renda supera a dos mais jovens
DA SUCURSAL DO RIO
O rendimento médio dos idosos responsáveis pelo domicílio
no país teve uma evolução mais
acelerada do que a do restante dos
chefes de família brasileiros com
dez anos ou mais de idade, atingindo 63% entre 1991 e 2000, contra 41,9% do outro grupo.
Segundo o último Censo, a renda mensal dessa parcela da população, em 2000, era de R$ 657 (R$
403, em 1999), contra R$ 769 dos
demais chefes de família.
Entre as regiões, a que tem o
pior rendimento médio é a Nordeste, com R$ 386. A região Sudeste tem a melhor média: R$ 835.
Já o Distrito Federal e o Rio de Janeiro apresentam as maiores rendas para idosos, R$ 1.796 e R$
1.010, respectivamente. Tocantins
(R$ 328) e Maranhão (R$ 287), as
mais baixas.
Aposentadoria
A demógrafa Ana Amélia Camarão, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), explica que essa mudança nos rendimentos é reflexo da universalização dos benefícios da seguridade social, implementada entre
1991 e 1992, pois aposentadoria e
pensão representam a maior parte da renda dos idosos.
Entre as medidas que foram implantadas pelo governo federal,
está a substituição do benefício
mínimo para um salário mínimo,
decisão que também passou a valer para a aposentadoria rural
-até então, ambos tinham como
menor valor o correspondente a
meio salário mínimo.
Ampliação de benefícios
"A ampliação de 70% para 100%
do benefício do marido como
pensão e a ampliação da aposentadoria para todas as pessoas da
área rural, e não mais apenas para
o chefe de família, foram outras
duas providências que também
contribuíram para o crescimento
da renda do idoso e, em especial,
da mulher idosa", afirmou a pesquisadora Ana Amélia.
Por conta disso, o crescimento
da renda das pessoas com mais de
60 anos se deu de forma diferenciada nas áreas do país, sendo
maior na rural (76,8%) do que na
urbana (54,9%).
Em 2000, 44,5% dos idosos responsáveis pelo domicílio recebiam até um salário mínimo por
mês (em 1991, o percentual era de
52,1%). Na zona rural, o indicador
é pior: 65%.
Apesar da ampliação dos benefícios da seguridade social, ainda
há um grande hiato entre os valores pagos às pessoas dessa faixa
etária que moram nos centros urbanos e as que vivem na região rural. A diferença persistiu ao longo
da última década. Em média, as
últimas ganham cerca de 40% do
total de rendimentos das primeiras.
(SP)
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