São Paulo, sexta-feira, 26 de julho de 2002

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RETRATO DO BRASIL

Rendimento médio dos idosos chefes de domicílio cresceu 63% entre 91 e 2000, contra 41,9% do outro grupo

Evolução da renda supera a dos mais jovens

DA SUCURSAL DO RIO

O rendimento médio dos idosos responsáveis pelo domicílio no país teve uma evolução mais acelerada do que a do restante dos chefes de família brasileiros com dez anos ou mais de idade, atingindo 63% entre 1991 e 2000, contra 41,9% do outro grupo.
Segundo o último Censo, a renda mensal dessa parcela da população, em 2000, era de R$ 657 (R$ 403, em 1999), contra R$ 769 dos demais chefes de família.
Entre as regiões, a que tem o pior rendimento médio é a Nordeste, com R$ 386. A região Sudeste tem a melhor média: R$ 835. Já o Distrito Federal e o Rio de Janeiro apresentam as maiores rendas para idosos, R$ 1.796 e R$ 1.010, respectivamente. Tocantins (R$ 328) e Maranhão (R$ 287), as mais baixas.

Aposentadoria
A demógrafa Ana Amélia Camarão, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), explica que essa mudança nos rendimentos é reflexo da universalização dos benefícios da seguridade social, implementada entre 1991 e 1992, pois aposentadoria e pensão representam a maior parte da renda dos idosos.
Entre as medidas que foram implantadas pelo governo federal, está a substituição do benefício mínimo para um salário mínimo, decisão que também passou a valer para a aposentadoria rural -até então, ambos tinham como menor valor o correspondente a meio salário mínimo.

Ampliação de benefícios
"A ampliação de 70% para 100% do benefício do marido como pensão e a ampliação da aposentadoria para todas as pessoas da área rural, e não mais apenas para o chefe de família, foram outras duas providências que também contribuíram para o crescimento da renda do idoso e, em especial, da mulher idosa", afirmou a pesquisadora Ana Amélia.
Por conta disso, o crescimento da renda das pessoas com mais de 60 anos se deu de forma diferenciada nas áreas do país, sendo maior na rural (76,8%) do que na urbana (54,9%).
Em 2000, 44,5% dos idosos responsáveis pelo domicílio recebiam até um salário mínimo por mês (em 1991, o percentual era de 52,1%). Na zona rural, o indicador é pior: 65%.
Apesar da ampliação dos benefícios da seguridade social, ainda há um grande hiato entre os valores pagos às pessoas dessa faixa etária que moram nos centros urbanos e as que vivem na região rural. A diferença persistiu ao longo da última década. Em média, as últimas ganham cerca de 40% do total de rendimentos das primeiras. (SP)


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