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EDUCAÇÃO
Primeiro dia de protestos de alunos e funcionários causou mais danos no campus de São Paulo; professores aderem hoje
Greve na USP paralisa ônibus e bibliotecas
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro dia de greve na
USP por mais verbas para a educação, serviços como alimentação, transporte e bibliotecas foram prejudicados com a paralisação dos funcionários. Parte dos
estudantes apoiou o movimento,
boicotando as aulas. A paralisação será ampliada hoje, quando
começa a greve dos professores.
Cerca de 70% dos 8.000 funcionários da capital não trabalharam, segundo o Sintusp (sindicato da categoria). A USP não fez
um balanço, mas afirmou que esse número é menor. No interior
do Estado, ainda de acordo com a
universidade, o dia foi normal.
No campus central, não funcionaram os "bandejões", que servem 10 mil refeições por dia, e o
ônibus circular. No serviço nas
unidades de ensino, a maior adesão ocorreu na ECA (Escola de
Comunicações e Artes).
A paralisação nessa unidade irritou o aluno da pós-graduação
João Kulcsar, 44. Ele chegou mais
cedo à escola para pegar documentos e usar a biblioteca -os
dois não estavam funcionando.
"É absurdo. Deveria haver maneiras mais criativas para protestar."
Alunos
A reportagem constatou que
praticamente todas as salas de aula na ECA e na FFLCH (Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) estavam vazias na tarde
de ontem devido à greve dos alunos. O DCE (Diretório Central Estudantil) disse que houve paralisação também nos cursos de educação física, de biologia e de física.
Os grevistas protestam contra o
veto do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), sobre o
mecanismo que permitia o aumento de recursos fixos para a
educação. O movimento busca
também pressionar os deputados,
que podem reverter a medida.
A elevação da verba destinada à
educação está prevista na LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias)
para o ano que vem, aprovada pela Assembléia Legislativa.
O trecho do texto vetado por
Alckmin diz que a verba para o
ensino deveria subir de 30% para
31% do Orçamento. Dentro desse
percentual haveria um crescimento da vinculação de verbas
para a USP, a Unesp e a Unicamp,
que passariam a receber 10% do
ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços), em
vez dos 9,57% atuais. A votação
que pode derrubar o veto deve
ocorrer na próxima semana.
O tucano afirmou ontem que o
governo já destina uma verba extra para as universidades, por
meio de recursos para a expansão
dessas instituições.
"Acho que não devemos cravar
no orçamento um percentual
mais alto, porque não me parece
adequado o Estado engessar mais
o dinheiro", declarou Alckmin,
durante evento em um trecho da
obra de expansão do metrô, na
zona oeste de São Paulo.
Unicamp e Unesp
Na Unicamp, os professores decidem na próxima quarta-feira se
darão início à greve. Conforme o
relato da presidente da associação
de docentes, Maria Aparecida Affonso Moisés, a categoria já havia
decidido em assembléia ontem
por um indicativo de greve, mas
até a próxima quarta as aulas continuarão normalmente.
Na Unesp, ontem houve paralisação parcial nos campi de Marília e de Assis. Novas assembléias
estão marcadas para os próximos
dias, que poderão ampliar a greve
para outras unidades.
Colaboraram LUÍSA BRITO, da Reportagem Local, e a Agência Folha
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