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TUMULTOS
Ambulantes se envolveram em incidentes em três capitais
Guarda tem 20% do corpo queimado ao ser atacado por camelô no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
Várias lojas das cidades do Rio e
de Belém tiveram de ser fechadas
ontem por causa de confrontos
entre policiais e camelôs ou em
função de manifestações de protesto de ambulantes, ontem. Em
São Paulo, a prisão de um camelô
desperta a ira da população.
O incidente mais grave ocorreu
no centro do Rio, onde um guarda municipal teve 20% do corpo
queimado durante a retirada de
camelôs ilegais, ontem à tarde. Na
confusão, houve tiros e pânico.
O guarda José Augusto dos Prazeres Neto, 34, estava em uma patrulha da Guarda Municipal
quando um camelô passou correndo, jogou álcool sobre ele e riscou um fósforo, de acordo com a
PM (Polícia Militar). Prazeres Neto foi internado no Hospital Souza Aguiar com queimaduras de 2º
e 3º graus no peito e no rosto.
O subinspetor da Guarda, Júlio
Lemos de Barros, teve o braço esquerdo levemente queimado, foi
levado ao hospital e liberado em
seguida. O ataque aconteceu pouco depois da apreensão de dois
guarda-chuvas do agressor.
O comandante da Guarda Municipal, tenente-coronel Carlos
Moraes Antunes, disse que o ataque é uma represália pelo trabalho de repressão aos camelôs, intensificado desde o início do ano.
Nos meses de junho, julho e agosto, os conflitos deixaram oito camelôs e 12 guardas feridos no Rio.
Passeata
Pelo menos 2.000 camelôs fizeram passeata no centro comercial
de Belém e obrigaram os lojistas a
fechar as portas pelo segundo dia
consecutivo. O tráfego ficou paralisado nas imediações durante a
manhã. Duas pessoas foram presas e liberadas em seguida.
Os ambulantes exigem a devolução dos produtos apreendidos
em blitz da Polícia Federal realizada anteontem, quando 200 camelôs fizeram quebra-quebra e saques em lojas.
Pedradas
No centro de São Paulo, guardas
municipais cercaram e agrediram
o camelô Flávio Roberto Pereira,
29. O ambulante não tinha licença
para trabalhar e insistiu em manter sua banca no local. Os policiais
da GCM levaram pedradas da população. O camelô foi indiciado
por desobediência e teve seus
produtos apreendidos.
Colaboraram a Agência Folha e o
"Agora"
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