São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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TUMULTOS

Ambulantes se envolveram em incidentes em três capitais

Guarda tem 20% do corpo queimado ao ser atacado por camelô no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Várias lojas das cidades do Rio e de Belém tiveram de ser fechadas ontem por causa de confrontos entre policiais e camelôs ou em função de manifestações de protesto de ambulantes, ontem. Em São Paulo, a prisão de um camelô desperta a ira da população.
O incidente mais grave ocorreu no centro do Rio, onde um guarda municipal teve 20% do corpo queimado durante a retirada de camelôs ilegais, ontem à tarde. Na confusão, houve tiros e pânico.
O guarda José Augusto dos Prazeres Neto, 34, estava em uma patrulha da Guarda Municipal quando um camelô passou correndo, jogou álcool sobre ele e riscou um fósforo, de acordo com a PM (Polícia Militar). Prazeres Neto foi internado no Hospital Souza Aguiar com queimaduras de 2º e 3º graus no peito e no rosto.
O subinspetor da Guarda, Júlio Lemos de Barros, teve o braço esquerdo levemente queimado, foi levado ao hospital e liberado em seguida. O ataque aconteceu pouco depois da apreensão de dois guarda-chuvas do agressor.
O comandante da Guarda Municipal, tenente-coronel Carlos Moraes Antunes, disse que o ataque é uma represália pelo trabalho de repressão aos camelôs, intensificado desde o início do ano. Nos meses de junho, julho e agosto, os conflitos deixaram oito camelôs e 12 guardas feridos no Rio.

Passeata
Pelo menos 2.000 camelôs fizeram passeata no centro comercial de Belém e obrigaram os lojistas a fechar as portas pelo segundo dia consecutivo. O tráfego ficou paralisado nas imediações durante a manhã. Duas pessoas foram presas e liberadas em seguida.
Os ambulantes exigem a devolução dos produtos apreendidos em blitz da Polícia Federal realizada anteontem, quando 200 camelôs fizeram quebra-quebra e saques em lojas.

Pedradas
No centro de São Paulo, guardas municipais cercaram e agrediram o camelô Flávio Roberto Pereira, 29. O ambulante não tinha licença para trabalhar e insistiu em manter sua banca no local. Os policiais da GCM levaram pedradas da população. O camelô foi indiciado por desobediência e teve seus produtos apreendidos.


Colaboraram a Agência Folha e o "Agora"


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