São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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URBANISMO

Cúria Metropolitana montará grupo de apoiadores da catedral para financiar a manutenção das instalações

Sé terá esquema especial de segurança

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cúria Metropolitana montará uma equipe especial de segurança para a catedral da Sé, na região central de São Paulo, após a reabertura da igreja, no próximo domingo, às 10h. Em entrevista coletiva, ontem, o arcebispo dom Claudio Hummes comentou sobre a nova preocupação da arquidiocese após a reabertura do templo -proteger o patrimônio.
"Haverá esquema de segurança interna dentro dos nossos custos, mas, externamente, cabe ao poder público. Queremos pedir que, pelo menos aos domingos, haja um esquema de policiamento especial", disse dom Claudio.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, quase em frente ao marco zero há uma base comunitária da Polícia Militar que funciona 24 horas e conta com pelo menos três policiais permanentemente.
Para fazer a segurança interna, a idéia é que sejam contratadas mulheres para o serviço. "Houve uma época na qual tivemos guardas femininas dentro da catedral, o que me parece uma boa solução", afirmou o arcebispo. Segundo o sacristão Geraldo Soares de Medeiros, 42, há pessoas que se escondem na igreja para roubá-la durante a noite. A aposentada Eugênia Santos Fontana, 84, frequentadora da catedral desde a sua inauguração, diz já terem tentado assaltá-la dentro da igreja.

Recursos
Além da segurança, a manutenção da catedral também foi citada por dom Claudio. De acordo com ele, a Cúria montará um grupo de apoiadores da Sé para financiar a vistoria preventiva das instalações. "A verdade é que somos uma igreja pobre, mas a situação da catedral em muito se deve à falta de manutenção aliada ao desgaste provocado pela poluição, trânsito e a trepidação do metrô."
Interditada pelo Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis) desde julho de 1999, a catedral estava em péssimo estado. Segundo a Concrejato, empresa responsável pelo restauro, havia 4.000 metros de trincas na igreja. Na época da interdição, um tijolo descolou do teto e caiu no meio do corredor central.
As obras de reforma foram iniciadas em maio de 2000 e custaram R$ 19,5 milhões. A igreja não conseguiu arrecadar todo o dinheiro até agora. Restam, disse o arcebispo, R$ 2,821 milhões para angariar. "Na verdade, os empresários têm sido muito receptivos."
A novidade da reabertura da Sé são os projetos culturais planejados para o espaço. O salão dos fundos da igreja abrigará uma unidade museológica com pequenas exposições. Na catedral, será criado um percurso de visitação para que não atrapalhe a programação religiosa.


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