São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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VIOLÊNCIA

Luiz Eduardo Nogueira, 14, foi morto a tiros antes de entrar para assistir à aula; R.M.C., 13, é o suspeito de ter cometido o crime

Garoto mata colega em escola de Minas

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Luiz Eduardo de Melo Nogueira, 14, foi morto a tiros na porta do colégio particular onde estudava, na manhã de ontem, antes de entrar para assistir à aula. O crime ocorreu em Sete Lagoas (MG). O principal suspeito é um colega de classe de Nogueira, R.M.C., 13, que estava foragido até ontem.
Segundo relato de testemunhas à Polícia Militar, os dois estudantes, que pertencem a famílias de classe média alta da cidade, teriam se desentendido durante a aula de anteontem. R. não teria gostado de brincadeiras feitas por Nogueira. Ainda de acordo com as testemunhas, os estudantes teriam marcado um acerto de contas para a manhã de ontem.
Nogueira levou dois tiros no peito e um no braço e já chegou sem vida ao hospital municipal. Segundo a PM, testemunhas disseram que o autor dos disparos foi R., que teria fugido em uma Saveiro pertencente ao pai dele.
A polícia suspeita que a arma do crime, ainda não localizada, também pertenceria ao pai de R.. A Agência Folha não conseguiu falar ontem com familiares de R..
Os dois cursavam a sétima série do ensino fundamental do colégio Anglo, no bairro Canaã.
Nogueira foi enterrado ainda ontem. Durante o velório e o enterro, parentes e colegas de classe evitaram falar com a imprensa. A Polícia Civil deve ouvir, a partir de hoje, parentes dos estudantes, testemunhas e a direção do Anglo.
Segundo o diretor do colégio, Paulo Sérgio Ferreira de Assis, a instituição não sabia da suposta rixa entre os dois alunos. As aulas foram suspensas ontem e também não ocorrerão hoje.
Falando em tese sobre as consequências jurídicas do caso, o juiz da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Tarcísio José Martins Costa, afirmou que R. responderá a processo por ato infracional (que seria classificado como crime, caso ele fosse adulto). A definição sobre se isso acontecerá com o acusado em liberdade ou em internação socioeducativa depende da decisão de um juiz.


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