São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 2002

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Apreensão de um fuzil reforça indícios de parceria entre PCC e CV

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Um fuzil AK-4 pintado com as siglas das facções criminosas CV (Comando Vermelho) e PCC (Primeiro Comando da Capital) foi apreendido ontem por policiais militares na favela da Chatuba, que faz parte do complexo da Penha (zona norte do Rio), antigo reduto do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, preso na semana passada.
Em menos de três meses, é a terceira apreensão de armas em que aparecem as iniciais das duas facções, que se aliaram para combater o crescimento da parceria TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos).
O comandante do 16º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel Ronaldo Menezes, disse suspeitar que a arma tenha vindo da favela Vila Cruzeiro, vizinha da Chatuba e onde o jornalista Tim Lopes foi capturado por traficantes no dia 2 de junho. Ele foi morto em seguida na favela da Grota.
Segundo Menezes, investigações do Serviço Reservado do batalhão indicam que os traficantes da Vila Cruzeiro distribuíram todo o armamento pesado pelos complexos do Alemão e da Penha devido à instalação do Gpae (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais) na favela.
O Gpae realiza uma espécie de policiamento comunitário. Além de cuidar da segurança, os policiais desenvolvem projetos sociais com os moradores.

Base
Investigações da Subsecretaria de Inteligência indicam que o PCC atua em conjunto com o CV em, pelo menos, sete favelas do Rio, como o complexo do Alemão, suposta base da parceria.
Conforme as investigações, o PCC é autorizado pelo CV para praticar crimes como assaltos e sequestros. Em troca, facilita a chegada de drogas para o CV.


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