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São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

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TRÁFICO

Carregamento teria como origem o cartel de Cali, afirma polícia; Estado está na rota de exportação para Europa

PF apreende 550 kg de cocaína em SP

ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal divulgou ontem a apreensão em São Paulo de um carregamento de cerca de 550 kg de cocaína pura, produzida pelo cartel de Cali, da Colômbia, e que deveria abastecer o tráfico da capital e o mercado internacional.
A operação, feita anteontem, aconteceu no mesmo dia em que o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) apreendeu 200 kg de cocaína em um avião em Itu (103 km de SP) e deteve um suposto integrante do cartel de Cali, o colombiano Juan Carlos Parras Arcila.
A ação da PF começou por volta das 10h30, no aeroclube de Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo. Policiais prenderam o piloto Rubens Medina Gramado, 40, após ele pousar o avião monomotor carregado com 250 kg de cocaína. Ele estaria vindo do Paraguai.
Osvaldir Pontes Rolim, 30, que tomava conta do hangar usado pela quadrilha, e Elias Cardoso de Souza, 44, que estaria no aeroclube para receber o carregamento, também foram detidos. Os três brasileiros vão responder a processo por tráfico de drogas.
A partir dessas prisões, a polícia diz ter chegado a um caminhão, placa do Paraná, escondido em um galpão na Vila Guilherme (zona norte de SP). No veículo, em um fundo falso, havia 300 kg de cocaína, do mesmo tipo que havia no avião. Ninguém foi preso ali.
Por enquanto, segundo a PF, não há relação entre esse grupo com o que foi preso pelo Denarc.
Em razão do grau de pureza, a cocaína do cartel de Cali poderia ter seu volume aumentado em cinco vezes, com a adição de vários produtos químicos.
De janeiro até agora, a Polícia Federal informou ter apreendido cerca de três toneladas de cocaína em São Paulo, mais do que as 2,5 toneladas do ano passado inteiro.
O Estado aparece na rota do tráfico internacional, que começa na Colômbia, passa pelo Paraguai e chega à Europa. Parte da carga que percorre esse percurso acaba desviada para consumo interno.
Para o Denarc, a prisão de um representante do cartel de Cali no país, Juan Parras, mostra que a organização está investindo mais no mercado brasileiro. Normalmente, as entregas são "terceirizadas", feitas por grupos que negociam com eles na Colômbia.

Piloto
O piloto franco-canadense Pierre Jacques Hernandez Delannoy, 60, preso anteontem na mesma operação em que Parras foi preso, já era procurado pela PF por tráfico internacional de drogas e contrabando no Pará e no Amazonas.
As investigações apontam que, na fronteira do Brasil com a Colômbia, Delannoy é classificado como um exímio transportador, usando a rota atlântica para negociar armas no Paraguai e droga na Espanha.


Colaborou a Agência Folha


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