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TRÁFICO
Carregamento teria como origem o cartel de Cali, afirma polícia; Estado está na rota de exportação para Europa
PF apreende 550 kg de cocaína em SP
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal divulgou ontem a apreensão em São Paulo de
um carregamento de cerca de 550
kg de cocaína pura, produzida pelo cartel de Cali, da Colômbia, e
que deveria abastecer o tráfico da
capital e o mercado internacional.
A operação, feita anteontem,
aconteceu no mesmo dia em que
o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) apreendeu 200 kg de cocaína em um avião em Itu (103 km
de SP) e deteve um suposto integrante do cartel de Cali, o colombiano Juan Carlos Parras Arcila.
A ação da PF começou por volta
das 10h30, no aeroclube de Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo.
Policiais prenderam o piloto Rubens Medina Gramado, 40, após
ele pousar o avião monomotor
carregado com 250 kg de cocaína.
Ele estaria vindo do Paraguai.
Osvaldir Pontes Rolim, 30, que
tomava conta do hangar usado
pela quadrilha, e Elias Cardoso de
Souza, 44, que estaria no aeroclube para receber o carregamento,
também foram detidos. Os três
brasileiros vão responder a processo por tráfico de drogas.
A partir dessas prisões, a polícia
diz ter chegado a um caminhão,
placa do Paraná, escondido em
um galpão na Vila Guilherme (zona norte de SP). No veículo, em
um fundo falso, havia 300 kg de
cocaína, do mesmo tipo que havia
no avião. Ninguém foi preso ali.
Por enquanto, segundo a PF,
não há relação entre esse grupo
com o que foi preso pelo Denarc.
Em razão do grau de pureza, a
cocaína do cartel de Cali poderia
ter seu volume aumentado em
cinco vezes, com a adição de vários produtos químicos.
De janeiro até agora, a Polícia
Federal informou ter apreendido
cerca de três toneladas de cocaína
em São Paulo, mais do que as 2,5
toneladas do ano passado inteiro.
O Estado aparece na rota do tráfico internacional, que começa na
Colômbia, passa pelo Paraguai e
chega à Europa. Parte da carga
que percorre esse percurso acaba
desviada para consumo interno.
Para o Denarc, a prisão de um
representante do cartel de Cali no
país, Juan Parras, mostra que a organização está investindo mais no
mercado brasileiro. Normalmente, as entregas são "terceirizadas",
feitas por grupos que negociam
com eles na Colômbia.
Piloto
O piloto franco-canadense Pierre Jacques Hernandez Delannoy,
60, preso anteontem na mesma
operação em que Parras foi preso,
já era procurado pela PF por tráfico internacional de drogas e contrabando no Pará e no Amazonas.
As investigações apontam que,
na fronteira do Brasil com a Colômbia, Delannoy é classificado
como um exímio transportador,
usando a rota atlântica para negociar armas no Paraguai e droga na
Espanha.
Colaborou a Agência Folha
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